MST relembra massacre de Eldorado dos Carajás em ato contra impeachment
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) do Ceará lembraram hoje (17), durante ato em Fortaleza contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o massacre de Eldorado dos Carajás, que completa 20 anos neste domingo. Dezenove trabalhadores sem-terra foram mortos pela Polícia Militar no sudeste do Pará na ocasião.
Junto com outros movimentos sociais e militantes contrários ao impeachment, os sem-terra acompanham a votação da Câmara dos Deputados na Avenida da Universidade, no bairro Benfica.
Com cruzes de madeira, placas e faixas, os integrantes do MST marcharam entre os demais manifestantes e disseram que continuarão lutando pela reforma agrária, como faziam os agricultores mortos no massacre do Pará.
“Nossa forma de homenagear esses companheiros é continuar a luta pela reforma agrária, continuar ocupando terras e nos mobilizar por esse direito tão importante”, disse a integrante da coordenação estadual do MST Maria de Jesus dos Santos.
Votação
Os manifestantes acompanham a votação, que começou pouco antes das 18h, em um telão instalado na avenida. A estrutura para receber manifestantes de Fortaleza e dos municípios do interior foi montada ontem (16) pelos organizadores do ato contrário ao impeachment.
O pedagogo Elísio Celestino disse que o processo na Câmara está sendo manipulado e que o povo precisa estar atento. “Lamentavelmente, há uma manobra muito forte da oposição orquestrada pelo presidente da Câmara [Eduardo Cunha], junto de outros grandes parceiros que estão envolvidos em uma lama de corrupção. Essa também é uma grande motivação para esse grupo estar aqui. Nossa atitude deve se fortalecer cada vez mais para modificar essa alternativa que eles estão impondo.”
O presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), Wil Pereira, também diz acreditar que o processo está sendo manipulado, mas mantém o otimismo de que o placar seja favorável ao governo. “Está muito claro que há um conluio coordenado por Eduardo Cunha. Se aquela Casa fosse do povo e respeitasse a população, ele não estaria presidindo essa sessão e estaria preso. Já tínhamos esse cenário, mas vamos adquirir os números necessários para que o processo de impeachment não vá para o Senado.”
Pró-impeachment
Em outro ponto da capital cearense, manifestantes favoráveis ao afastamento de Dilma também acompanham a votação da Câmara em telão instalado na rua. O grupo está reunido na Praça Portugal, no bairro Aldeota.
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