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Política

Temer reúne-se hoje com centrais sindicais para debater Previdência

Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/05/2016 - 10:57
 - Atualizado em 16/05/2016 - 12:43
Brasília
Michel Temer
© Arquivo/Agência Brasil
Michel Temer

Para o encontro com Temer, foram convidadas centrais como a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Força Sindical Arquivo/Agência Brasil

O presidente interino Michel Temer reúne-se na tarde de hoje (16) com centrais sindicais para debater propostas de mudanças na Previdência Social. O encontro está previsto para as 15h, no Palácio do Planalto. Foram convidadas centrais como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Força Sindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Nova Central Sindical dos Trabalhadores e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A CUT, no entanto, afirmou que não irá ao encontro, alegando não reconhecer a legitimidade do governo provisório.

Também participam da reunião os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Na sexta-feira (13), Meirelles disse, em entrevista ao programa Bom Dia, Brasil, da Rede Globo, que o novo governo pretende fazer mudanças na Previdência. Segundo ele, é preciso entender que despesas públicas são sempre pagas pela população, incluindo o sistema previdenciário.

O ministro confirmou que haverá uma idade mínima de aposentadoria e que a mudança não será feita sem uma regra de transição. Ele acrescentou que agora o necessário é uma “determinação de governo” para apresentar à sociedade uma proposta factível.

Meirelles destacou que existem grupos com estudos bastante avançados sobre o assunto, inclusive no governo. “A regra está clara: idade mínima, com regra de transição e que seja eficaz. Não seja tão longo que não faça efeito. De outro lado, que não seja tão curto que seja inexequível”.

Força Sindical

Em nota, o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira (SD-SP), disse que causou “estranheza” a afirmação do novo ministro da Fazenda sobre sua intenção de implantar a idade mínima “para efeito de aposentadoria”, entre homens e mulheres.

“Trata-se de informações e uma intenção no mínimo inoportunas e insensatas tendo em vista o momento de turbulência política pelo qual o país atravessa. A proposta do ministro é simplesmente inaceitável, porque prejudica enormemente aqueles que ingressam mais cedo no mercado de trabalho, o que representa a grande maioria dos trabalhadores brasileiros”, afirmou o deputado.

Segundo ele, qualquer alteração nas regras da Previdência Social deve ser amplamente discutida com a sociedade e com os representantes dos trabalhadores, “de forma democrática e transparente, antes de ser executada”.

“A Força Sindical, em nome dos trabalhadores, repudia qualquer tentativa de levar a cabo uma reforma da Previdência Social cujos efeitos representem a retirada de direitos, sejam eles trabalhistas ou previdenciários. O governo anterior, inclusive, já penalizou em muito a classe trabalhadora ao promover mudanças no regime da Previdência que dificultaram o acesso dos trabalhadores ao benefício”, informou a nota.

CUT e CTB não vão

O presidente da CUT, Vagner Freitas, informou, por meio de nota, que não irá à reunião com Temer. “A CUT não reconhece golpistas como governantes”, destacou. “A CUT vai continuar defendendo os interesses da classe trabalhadora, principal vítima do golpe, exigindo a volta do Estado de Direito e do mandato da presidenta Dilma [Rousseff], legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos. Acreditamos que a luta contra os retrocessos pretendidos e anunciados será travada pelo conjunto dos movimentos sociais nas ruas, nos locais de trabalho, na luta constante para impedir que o Brasil recue, do ponto de vista democrático, institucional e civilizatório, a décadas passadas”, disse Freitas.

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também não participará do encontro. Em nota, a entidade afirmou que não se reúne com "governo golpista". "Diante das evidências, a proposta de reforma da Previdência de Temer prevê aposentadoria no caixão. A CTB tem muita clareza dos riscos e, diferentemente de alguns setores do movimento sindical, não se dispõe a segurar na alça da traição", disse o presidente da CTB, Adilson Araújo.