Ao deixar ministério, Alves agradece lealdade, amizade e compromisso de Temer

Publicado em 16/06/2016 - 18:18 Por Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O ministro do Turismo, Henrique Alves, durante cerimônia de posse presidentes dos da Petrobras, Pedro Parente, do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, do Banco do

Henrique  Eduardo  Alves  diz  que deixa cargo para

não constranger o governoArquivo/Agência Brasil

Na carta de demissão enviada nesta quinta-feira (16) ao presidente interino da República, Michel Temer, o agora ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves afirma que tomou a decisão de deixar a pasta para “não criar constrangimentos” ou “qualquer dificuldade” para o governo.

Citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e investigado na Operação Lava Jato, Henrique Alves disse acreditar que todas as denúncias contra ele “serão esclarecidas”.

“Estou seguro de que todas as ilações envolvendo o meu nome serão esclarecidas. Confio nas nossas instituições e no nosso Estado Democrático de Direito. Por isso, vou me dedicar a enfrentar as denúncias com serenidade e transparência nas instâncias devidas”, diz Alves em um trecho da carta a Temer.

No documento, Alves agradece a lealdade, amizade e o “compromisso de uma longa vida política e partidária” de Temer. “Sempre estaremos juntos nessa trincheira democrática em busca de uma nação melhor. A sua, a minha, a nossa luta continuam. Pelo meu Rio Grande Norte e pelo nosso Brasil”, escreveu o ex-ministro na carta.

Ex-ministro do Turismo também no governo da presidenta afastada Dilma Rousseff, Henrique Eduardo Alves teria recebido, segundo a delação de Sergio Machado, R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos. O peemedebista também é investigado na Operação Lava Jato por suspeita de receber propina disfarçada de doações eleitorais de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS.

Henrique Eduardo Alves afirma que as doações que recebeu foram legais e declaradas à Justiça eleitoral.

A assessoria de imprensa do Ministério do Turismo publicou a íntegra da carta com o pedido de demissão de Alves no início da noite. Veja a íntegra:

Brasília, 16 de junho de 2016.

Excelentíssimo Senhor Presidente Michel Temer,

O momento nacional exige atitudes pessoais em prol do bem maior. O PMDB, meu partido há 46 anos, foi chamado a tirar o Brasil de uma crise profunda. Não quero criar constrangimentos ou qualquer dificuldade para o governo, nas suas próprias palavras, de salvação nacional. Assim, com esta carta entrego o honroso cargo de Ministro do Turismo.

Estou seguro de que todas as ilações envolvendo o meu nome serão esclarecidas. Confio nas nossas instituições e no nosso Estado Democrático de Direito. Por isso, vou me dedicar a enfrentar as denúncias com serenidade e transparência nas instâncias devidas.

Pensei muito antes de tomar esta difícil decisão, porque acredito que o Turismo reúne as melhores condições para ajudar o Brasil a enfrentar o momento difícil que vive. Esta foi a motivação que me levou a voltar ao comando do Ministério depois de tê-lo deixado por uma questão política, de coerência partidária.

Acredito ter honrado os desafios do setor no pouco mais de um ano que estive no Ministério do Turismo. Registramos conquistas importantes como a isenção de vistos para países estratégicos durante a Olimpíada e Paralimpíada, a redução do imposto de renda para o turismo internacional e a execução de obras de infraestrutura turística em todas as regiões, para citar alguns exemplos.

Presidente Michel, agradeço à sua sempre lealdade, amizade e compromisso de uma longa vida política e partidária, sabendo que sempre estaremos juntos nessa trincheira democrática em busca de uma nação melhor. A sua, a minha, a nossa luta continuam. Pelo meu Rio Grande Norte e pelo nosso Brasil.

Respeitosamente,

Henrique Eduardo Alves

*Matéria alterada às 19h43 para acréscimo da íntegra da carta de demissão do ministro

Edição: Nádia Franco

Últimas notícias