Moreira Franco diz que não há "delito" no teor das gravações feitas por Calero

Publicado em 29/11/2016 - 19:22 Por Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil - Brasília

 Brasília - O presidente interino Michel Temer dá posse ao novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, em cerimônia no Palácio do Planalto com participação do ex-presidente José Sarney (Valter Campanato/Agência Brasil)

Marcelo Calero gravou conversas que teve Temer antes de deixar o ministérioValter Campanato/Agência Brasil

O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, disse que não há "nenhum delito" no teor das gravações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero com integrantes do governo. Segundo ele, a divulgação dos áudios não traz nenhum fato que "incrimine a atitude séria" do presidente Michel Temer.

"Não só o presidente da República, como os que falaram, sabem ter compostura institucional e sobretudo sabem o que deve e o que não deve ser feito. Não teve impacto nenhum [no governo]", afirmou Moreira Franco, após participar de evento no Palácio do Planalto.

Nesta terça-feira (29), a Polícia Federal confirmou o envio das transcrições das conversas do ex-ministro ao Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, após deixar o governo, Calero disse que “sofreu pressão” de integrantes do governo para que liberasse um empreendimento imobiliário atendendo a interesses do então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Perguntado por jornalistas sobre o reflexo da saída de Calero do governo, que culminou com o pedido de demissão de Geddel da Secretaria de Governo, o secretário do PPI afirmou que o governo não está preocupado com nenhuma gravação, atual ou futura. Moreira Franco criticou a "espetacularização" de episódios como esse e comemorou a divulgação das gravações que, segundo ele, revelam que "não há absolutamente nada que envergonhe" Temer.

"Vi uma recomendação [de Temer] para encaminhar [a questão], se o ministro tivesse dúvidas, como disse que tinha, para a AGU [Advocacia-Geral da União] que é o local para resolver casos como esse. Não vejo nisso nenhum delito", declarou Franco.

Pela manhã, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, teve um aumento de pressão e foi encaminhado ao serviço médico do Planalto. Lá, fez exames e foi liberado pelos médicos, que recomendaram a ele descanso durante o dia de hoje.

Edição: Augusto Queiroz

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