Gasolina, carnes e produtos farmacêuticos puxam alta da inflação em junho

Gasolina e carnes puxam alta da inflação em junho

Publicado em 10/07/2020 19:41 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro


Após dois meses seguidos de deflação, os preços no país voltaram a subir e registraram alta de 0,26% em junho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE. Com isso, a inflação no país acumula alta de 0,10% este ano e de 2,13% nos últimos 12 meses.

A alta nos preços foi constatada em 12 das quatro regiões pesquisadas, com destaque para a região metropolitana de Curitiba, no Paraná, onde a variação positiva ficou em 0,80%.

Na outra ponta, São Luís liderou as quatro regiões com deflação, registrando queda de 0,35%.

A principal contribuição veio da gasolina, que após cair por quatro meses consecutivos, apresentou alta de 3,24% em junho. Isso alavancou a alta de 0,31% do grupo dos transportes, que também vinha de quatro quedas seguidas, mas que foi equilibrada pelo recuo de mais de 27% no preço das passagens aéreas e de quase 14% no transporte por aplicativos.

De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, sozinha, a gasolina respondeu por 0,14 ponto percentual do índice geral.

"A gasolina vinha tendo um impacto negativo no índice, e agora teve uma contribuição positiva . Os produtos farmacêuticos tiveram essa alta e têm muito peso no índice. As carnes já tinham tido uma valorização positivo no mês anterior e agora tiveram uma variação de mais de 1%".
 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta no mês. O destaque ficou por conta do item que reúne alimentação e bebidas, que subiu 0,38%, um avanço frente à variação de maio. Este conjunto, no entanto, já vinha de uma sequência de alta, com inflação acumulada de 4,09% em 2020 e de mais de 7% no ano completando em junho, o que se deve em parte à demanda elevada durante a pandemia.

Os alimentos para consumo no domicílio, que já tinham subido 0,33% em maio, tiveram nova alta, de 0,45% em junho, um reflexo principalmente do preço das carnes, aliado à alta de outros itens importantes como feijão, arroz e leite.

No entanto, o grupo que registrou a maior variação positiva no mês passado foi o de artigos de residência, que subiu 1,30%, em função do aumento de 2,92% dos eletrodomésticos e equipamentos e de 3,80% dos artigos de tv, som e informática. Neste caso, as altas se devem principalmente ao câmbio, já que muitos componentes desses produtos são importados e têm valor em dólar.

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