Na Trilha da História: Ana Bolena, a rainha que Henrique VIII quis para gerar um sucessor homem

A rainha que Henrique VIII quis para gerar um sucessor homem

Publicado em 18/05/2018 19:53 Por Apresentação Isabela Azevedo - Brasília

Olá! Eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais uma versão reduzida do Na Trilha da História. Hoje nós vamos falar sobre um dos casamentos mais famosos da monarquia inglesa: o do rei Henrique VIII com Ana Bolena.

Nosso entrevistado é o historiador Renato Drummond Neto, autor do livro Rainhas Trágicas. E nossa história começa quando em 1527, quando o rei inglês Henrique VIII pediu a anulação do casamento com a rainha Catarina de Aragão. O motivo? O casal havia tido uma única filha, e Henrique insistia em ter um homem como herdeiro.

Sonora: “Mas, na Inglaterra, nunca havia acontecido de uma mulher governar, então acreditava-se que deveria ser um homem. Então, essa busca do Henrique VIII por um sucessor do sexo masculino e por aumentar o poder da coroa em detrimento da Igreja foi transformando um pouco o caráter dele."

Numa época em que as mulheres eram malvistas no trono e eram culpadas por qualquer problema na gravidez, o rei decidiu se livrar da esposa. Enquanto isso, uma jovem muito sedutora e ambiciosa chamada Ana Bolena despertava a paixão de Henrique VIII.

Sonora: "O Henrique VIII tinha o plano de transformar a Ana Bolena em amante dele e oferece para ela o posto de amante titular, que era inédito na Inglaterra, mas ela recusa. Na qualidade de súdita, ela não podia simplesmente barrar o rei ou impedir que ele a visitasse. Mas ela não queria comprometer um futuro casamento se tornando amante dele."

Para conseguir se casar novamente, Henrique rompeu com a Igreja Católica, e a anulação do casamento ocorreu em 1533.

Sonora: "Tinha, no texto bíblico, uma passagem que dizia que o homem que se casasse com a esposa de seu irmão estaria cometendo um pecado e não sobrariam filhos saudáveis dessa união. Então ele toma esse texto como base para sua argumentação para a invalidade desse casamento e vai dizer que o papa não tinha autoridade para emitir uma bula autorizando aquele casamento dele com Catarina de Aragão.”

Ana Bolena tornou-se, então, a nova rainha da Inglaterra, mas, por brincadeira do destino, também só gerou uma menina.

Sonora: "Ana passou alguns anos vivendo em constante tensão. Essa pressão que ela tinha para produzir um herdeiro do sexo masculino para a Coroa tirou muito da vitalidade dela. É possível que, no ano de 1534, ela tenha sofrido um aborto e depois novamente no ano de 1536."

O preço de não ter dado um herdeiro homem a Henrique VIII foi caro. Acusada de adultério, Ana Bolena foi condenada à morte.

Sonora: "Apesar de ela ter feito uma defesa brilhante contra aqueles crimes que atacavam a fidelidade conjugal dela, ela foi considerada culpada e sentenciada a morrer decapitada ou queimada na fogueira, conforme a vontade do rei. O rei Henrique VIII decide dar a Ana uma morte que até poderia ser considerada misericordiosa, que era a morte por decapitação, que era o tipo de morte reservada às pessoas da nobreza."

Apesar do fim trágico de Ana Bolena, a história reservava mais uma surpresa. Foi a filha dela, Elizabeth, uma das rainhas mais longevas da Inglaterra: permaneceu no trono por 44 anos.

Sonora: "É uma das ironias da história. O rei Henrique VIII se casou com Ana na esperança de que ela gerasse um herdeiro do sexo masculino, mas, no final, foi a filha que ela teve com ele que se mostrou uma sucessora à altura do pai."

Esta foi mais uma versão reduzida do Na Trilha da História. O episódio completo tem 55 minutos e traz, além da entrevista na íntegra com o historiador Renato Drummond Neto, músicas da escocesa Karliene Reynolds, que produziu um disco inteiro inspirado na história de Ana Bolena.

Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. E se você quiser enviar uma sugestão de tema pra gente, nosso e-mail é culturaearte@ebc.com.br. Até semana que vem, pessoal!

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente. Acesse aqui as edições anteriores.

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