História Hoje: Saiba mais sobre o índio guerreiro Ajuricaba, morto há 290 anos

Saiba mais sobre o guerreiro Ajuricaba, morto há 290 anos

Publicado em 26/09/2017 05:09 Por Apresentação Adalto Gouveia - Brasília

No dia 26 de Setembro de 1727, Lisboa era comunicada da morte do guerreiro Ajuricaba. Ele era considerado príncipe, líder da tribo dos Manaós, no Amazonas. Tornou-se símbolo da insubmissão dos índios à opressão colonial, e lutou incansavelmente contra a ocupação portuguesa.

A tribo dos Manaós tinha um acordo com os portugueses, mas um desentendimento entre os líderes da tribo e o colonizador provocou a morte do cacique.

O acordo garantia que índios de outras tribos fossem comercializados como escravos e Ajuricaba, que era filho do cacique morto, não concordava com este comércio. 

Ajuricaba, que morava longe da tribo, jurou vingar a morte do pai. Esse índio valente era disputado pelas filhas dos Maiapenas, Tucanos e Barés, mas ele escolheu uma bela cunhatã dos poderosos Titiás.

Seguindo o propósito de vingar a morte do pai, entrou em contato com os holandeses do Suriname, que eram inimigos de Portugal. Em 1723, foi iniciada uma luta de emboscada contra o invasor português, chamando então a atenção do governador do Pará, que pediu ao rei de Portugal apoio para combater a guerrilha.

O rei enviou armas e tropas para a luta contra os guerreiros de Ajuricaba. Mas os portugueses precisaram de reforço. Os colonizadores utilizaram um navio com canhões que dizimava os nativos, mas estes resistiam com suas flechas, zarabatanas e o orgulho de defender a região do julgo português.

Em 1729, o cronista Ribeiro Sampaio relatou que de 300 a 2 mil índios foram presos, inclusive o destemido Ajuricaba, que perdeu seu filho em uma das lutas sangrentas. Preso, ele seria conduzido a Belém para julgamento. Mas, mesmo acorrentado, lançou-se nas águas do Amazonas, para resistir à prisão, liderando outros guerreiros, que conseguiram escapar.

Diz uma antiga lenda indígena que as águas do rio Negro e do Solimões não se misturam até os dias atuais, para marcar onde o cacique Ajuricaba lançou-se para a morte, marcando no encontro dos rios a força da revolta do índio em libertar o seu povo.

Manaós significa Mãe de Deus e deu origem a atual capital do Amazonas, Manaus.

Pesquisa e redação: Beatriz Arcoverde
Sonoplastia: Messias Melo

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