Entregadores de aplicativo do Rio também aderem à paralisação por melhor política de remuneração

Entregadores de aplicativo do Rio também aderem à paralisação

Publicado em 01/07/2020 18:51 Por Raquel Júnia - Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, entregadores de aplicativo em greve realizaram nesta quarta-feira protestos para cobrar melhores condições de trabalho. Na capital, um grupo se concentrou na igreja da Candelária, no centro da cidade, seguindo depois até o prédio do Ministério do Trabalho, localizado na mesma região.

Houve protestos também em Niterói, na região metropolitana, onde os entregadores se concentraram na estação das barcas e percorreram as ruas do centro e do bairro de Icaraí.

A greve, de 24 horas, realizada em todo o país, reivindica uma política de remuneração mais transparente e uma porcentagem maior para cada entrega feita. Os entregadores pedem equipamentos de proteção adequados e o fim dos chamados bloqueios, quando um trabalhador é desligado da função unilateralmente pelo aplicativo sem que haja justificativa.

Há dois anos trabalhando vinculado aos aplicativos na região metropolitana do Rio, o entregador Simões explica que o desequilíbrio na relação com as empresas fez a categoria se organizar para a greve.

Segundo ele, a categoria precisa exceder a jornada de 12 horas diárias para que, no final do mês, o ganho chegue a cerca de dois salários mínimos. No caso das entregas feitas em bicicletas, e não motos, a remuneração é ainda mais baixa.

Essenciais durante a pandemia, os entregadores afirmam que não receberam instruções e EPIs adequados para o trabalho e, muitas vezes, precisam arcar com os próprios equipamentos. Eles afirmam ainda que temem ser bloqueados pelos aplicativos após a paralisação.

A mobilização recebeu apoio de outras categorias no Rio de Janeiro, como os garis, que realizaram uma campanha pelas redes sociais postando fotos com cartazes em apoio à chamada Breque dos APPs e pedindo à população que não realize pedidos pelos aplicativos nesta quarta-feira. Nacionalmente, a greve reivindica uma legislação que regulamente a profissão.

A reportagem procurou as principais empresas de aplicativo de entregas. Em nota, a Ifood disse que apoia a liberdade de expressão e que, em nenhuma hipótese, entregadores são desativados por participar de movimentos.

A Ifood diz que o valor médio pago por hora é de R$ 8,46 e que o cálculo leva em conta fatores como distância percorrida, cidade, dia da semana e veículo utilizado e que todas as rotas tem um valor mínimo de R$ 5 por pedido, mesmo que seja para curta distância. A empresa disse também que, diante da pandemia, iniciou em abril a distribuição de EPIs.

A Rappi disse que reconhece o direito à livre manifestação pacifica e busca o diálogo com os entregadores parceiros. Sobre a remuneração, a plataforma disse que o frete varia de acordo com o clima, dia da semana, horário, zona de entrega, distância e complexidade do pedido. A Rappi também informou que está oferecendo EPIs.

A Uber Eeats também foi contatada, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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