Na tarde de 24 de abril de 2019, o nadador campeão paralímpico André Brasil foi considerado inelegível para eventos de atletas com deficiência nas provas em que é especialista, como os nados livre, borboleta e costas. Exatamente um ano depois, e com o recurso no Comitê Paralímpico Internacional negado, ele ainda aguarda resposta da justiça alemã, onde recorreu com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para voltar a competir.
Por um lado, André está mais conformado com a perspectiva de não disputar a Paralimpíada de Tóquio, mesmo com o adiamento para 2021, devido à pandemia do novo coronavírus, mas à espera uma posição definitiva para projetar o futuro.
As classes S1 a S10, entre as 14 da natação paralímpica, são voltadas a deficiências físico-motoras. André era da classe S10, a de menor grau de comprometimento funcional. Ele teve poliomielite diagnosticada aos dois meses de vida, após reação à vacina, que deixou sequela na perna esquerda.
As reclassificações pelas quais passou há um ano avaliaram que ele não era deficiente "o suficiente" para essa classe 10. Como não há categorias acima, André foi considerado inelegível após 15 anos de carreira, 14 pódios paralímpicos, 32 em mundiais e 21 em parapan-americanos. À ocasião, segundo ele, a análise na piscina constatou uma mínima propulsão no tornozelo esquerdo, o que, até hoje, o nadador não digeriu.
André só não está 100% fora do movimento paralímpico porque pode competir em provas de peito. Há um ano, o nadador descartava a possibilidade, segundo ele, não é o melhor nado. Mas hoje, pensa diferente.