O passeio pela história do patrimônio histórico brasileiro começa pelo que não foi preservado. Da Catedral da Sé, na Bahia e de um engenho em Pernambuco, restam fotografias e parte das pilastras decoradas da igreja.
Daí em diante, as discussões e reflexões sobre a constituição da nossa dimensão cultural vão ganhando nomes e visibilidade. Em 1924, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral e Lúcio Costa acompanham um poeta francês a Minas Gerais.
Quem nos conduz pela exposição A Construção do Patrimônio, em cartaz no Central Cultural da Caixa, no Rio de Janeiro, é o curador Luiz Fernando de Almeida.
Daí em diante estão à vista do visitante, as primeiras edições dos clássicos Casa Grande e Senzala, Raízes do Brasil, Macuína, e Retrato do Brasil. Depois é possível conhecer os primeiros esforços para estabelecer uma estrutura de proteção do patrimônio brasileiro até chegar na criação do Iphan nos anos 30.
O passeio segue pelas experiências de afirmação da cultura popular por meio dos estudos das manifestações afro-brasileiras.
O viajante passa também pela história do Terreiro Casa Branca de Salvador, tombado em 1984, e da casa do seringueiro militante ambientalista Chico Mendes, morto em 1988, também tombada pelo instituto, no Acre.
Ao final, o visitante é convidado a passar literalmente por um filme com diversas imagens antigas e contemporâneas da constituição do Brasil, das festas populares aos mais recentes protestos na Explanada dos Ministérios, em Brasília, passando pelas manifestações contra o genocídio da população negra. A arquiteta pernambucana Moema Rolim, de passeio pelo Rio de Janeiro, ficou surpresa com a exposição.
O curador Luiz Fernando sintetiza o convite à reflexão feito pela exposição, que celebra os 80 anos do Iphan.
A exposição A Construção do Patrimônio fica em cartaz até o dia 22 de dezembro, com visitação de terça domingo das 10 da manhã às 9 da noite, na Caixa Cultural, no centro do Rio





