Publicado em 14/05/2018 - 18:58 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro
O cineasta Roberto Farias, de 86 anos, morreu nesta segunda-feira no Rio de Janeiro. Ele estava internado em um hospital em Copacabana, na zona sul da cidade, para tratamento de um câncer.
Nascido em 1932, em Nova Friburgo, na região serrana, Farias iniciou a carreira no cinema no começo dos anos 1950 como assistente de direção na produtora Atlântida.
A estreia como diretor foi com a chanchada Rico Ri à Toa, de 1957. Realizador do clássico “O assalto ao trem pagador”, de 1962, Roberto Farias era diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema e foi diretor geral da Embrafilme, entre 1974 e 78. No anos 1960, colaborou ainda na Fundação da Difilm, distribuidora do Cinema Novo, ao lado do produtor Luiz Carlos Barreto.
No filme “Toda donzela tem um pai que é uma fera” de 1966, Farias cria um marco das comédias de costume carioca. O cineasta dirigiu ainda inúmeros sucessos de público como “Os paqueras” e “Roberto Carlos e o diamante cor de rosa”, de 1968 e “Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora”, de 1971.
O longa Pra Frente, Brasil, lançado em 1982, estrelado por seu irmão, o ator Reginaldo Faria, foi o primeiro a abordar a tortura na ditadura militar. O longa ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Gramado, entre outros prêmios em festivais internacionais. Farias foi responsável também pelo sucesso “Os trapalhões e o Auto da Compadecida” , de 1987.
Na TV, dirigiu minisséries como "As Noivas de Copacabana" e "Memorial de Maria Moura", entre outros trabalhos, exibidos pela TV Globo. A Ancine, Agência Nacional do Cinema, e o Ministério da Cultura divulgaram nota destacando sua trajetória e prestando solidariedade à família.
A Academia Brasileira de Cinema afirmou que Farias deixa muitas saudades e um grande exemplo de vida. E que seus filmes continuarão presentes na história do cinema brasileiro.