Publicado em 31/08/2018 - 09:09 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro
O premiado e aclamado cineasta Cacá Diegues foi eleito o novo imortal da Academia Brasileira de Letras. Diegues vai ocupar a cadeira de número 7, que ficou vaga com o falecimento do também cineasta Nelson Pereira dos Santos, no último dia 21 de abril. Ele recebeu 22 votos, dos 35 acadêmicos que votaram presencialmente ou por carta.
Cacá Diegues é alagoano de Maceió, tem 78 anos e mais de 20 filmes de longa-metragem. Ainda jovem se integrou à nova geração de cineastas que buscava registrar a verdadeira imagem do Brasil, num movimento que ficou conhecido como Cinema Novo, sob a liderança de Nelson Pereira dos Santos.
A estreia profissional de Cacá foi em 1962, quando dirigiu um dos episódios do filme "Cinco Vezes Favela", considerado obra inaugural do Cinema Novo. Dirigiu ainda grandes obra do cinema nacional como “Ganga Zumba”, “Xica da Silva”, “Chuvas de verão”, “Bye Bye Brasil”, “Quilombo”, “Um trem para as estrelas”, “Tieta do Agreste”, “Deus é brasileiro”, “O maior amor do mundo”.
Seu último filme “O grande circo místico” foi inspirado na obra do poeta Jorge de Lima e abriu o Festival de Cinema de Gramado deste ano, no Rio Grande do Sul.
Para o eleito, suceder o amigo, também considerado um mestre, é algo como uma graça recebida. Diegues disse que a academia consolida seu papel de importância na cultura brasileira como um espaço não apenas dos escritores, mas também das artes.
O presidente da ABL, Marco Lucchesi, saudou a eleição de Cacá Diegues, pela importância que ele representa na cultura brasileira, afirmando que ele é também uma grande leitor pela qualidade dos seus roteiros.
Lucchesi comentou sobre a torcida que ganhou as redes sociais para que a academia elegesse a primeira mulher negra, a escritora Conceição Evaristo. Ele lembrou que a academia nasceu com um presidente negro, o escritor Machado de Assis, e afirmou que todas as pressões são legítimas.
Onze candidatos concorreram à sucessão de Nelson Pereira dos Santos.
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