Orquestra Sinfônica Nacional completa 60 anos ao som das Bachianas
[SOM de Bachianas Brasileiras nº 7, de Heitor Villa-Lobos]
Com essa apresentação virtual, por causa da pandemia de covid-19, e que pode ser vista pela internet, a Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense comemora nesta terça-feira, 12 de janeiro, 60 anos.
A obra Bachianas Brasileiras nº 7, de Heitor Villa-Lobos, foi escolhida porque traz um pouco da história da orquestra, criada por decreto assinado pelo então presidente da República, Juscelino Kubistcheck, para cultivar e difundir a música sinfônica no país. A apresentação tem a participação de músicos aposentados e do atual corpo artístico.
Odette Ernest Dias, de 91 anos, é flautista aposentada da Orquestra, e participou da apresentação.
Os músicos da Orquestra Sinfônica Nacional eram da Rádio Nacional e, conforme um decreto da Presidência, puderam escolher: uns continuaram na rádio e os outros foram para o Serviço de Rádio do Ministério da Educação.
Na década de 80, com a extinção do Serviço, a orquestra foi transferida para a Fundação Centro Brasileira de TV Educativa, também do Ministério da Educação e depois encampada pela Universidade Federal Fluminense, onde continua suas apresentações.
O maestro Evino Krieger, de 92 anos, fez parte da primeira formação da orquestra. Emocionado, ele voltou no tempo e lembrou como tudo começou.
Para o contrabaixista Raul Martinho, da nova geração da orquestra, o diferencial é que os quadros vão se renovando por meio de concurso, dando oportunidade para uma juventude de compositores novos lançarem suas obras.
Outro momento que merece destaque, é a apresentação especial, também em formato virtual, de Batuque, do compositor Alberto Nepomuceno. A obra é o último movimento da série brasileira do autor, que trouxe a brasilidade para a música erudita.
Segundo o reitor da UFF, Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega, nessa apresentação, a Orquestra Sinfônica Nacional mostra que a compreensão da nossa história cultural musical e artística é elemento central da construção da nossa identidade.
As comemorações deste ano preveem também a realização de um Concerto em Celebração à Vida, no encerramento da temporada, exaltando o cenário de um retorno ampliado ao convívio social e cultural no país, depois da pandemia de covid-19.
* Sonoplastia: Eduardo Monteiro