Cem anos do rádio no Brasil: Haroldo Barbosa
Publicado em 23/06/2022 - 11:01 Por Rádio MEC - Rio de Janeiro
Compositor, jornalista, letrista, discotecário, versionista, humorista, redator, arquivista, publicitário e dramaturgo, Haroldo Barbosa começou no rádio como contra regra, na equipe do Programa Casé, na Rádio Phillips.
Em seguida, transferiu-se junto com Ademar Casé para a Rádio Sociedade, onde organizou a discoteca e atuou, também, como locutor esportivo.
Haroldo Barbosa organizou todo o acervo de música da emissora, um dos mais importantes da época, e foi responsável pela criação dos primeiros jingles da publicidade brasileira.
Ele também compôs canções de grande sucesso, gravadas por intérpretes como Elizeth Cardoso , Aracy de Almeida, Francisco Alves, Orlando Silva, Os Cariocas, entre muitos outros.
Ainda na Rádio Nacional, Haroldo Barbosa escreveu os roteiros para O Grande Teatro, de César Ladeira, um dos programas de maior sucesso da época.
Ele também organizou uma orquestra sinfônica com 68 músicos que já atuavam na emissora.
Em meados da década de 1940, criou o programa A Canção Romântica, no qual fazia versões de sucessos internacionais, especialmente para Francisco Alves interpretar, o que deu novo impulso à carreira do cantor.
Logo depois, passou a escrever para um programa de grande sucesso, em que diversos artistas interpretavam as mais de 300 versões que criou.
Haroldo percebeu que os quadros de humor nos intervalos dos programas faziam enorme sucesso com o público, e dedicou-se intensamente ao gênero, lançando humoristas célebres como Chico Anísio e Sérgio Porto, o “Stanislaw Ponte Preta”.
Haroldo Barbosa estreou na TV Rio, em 1957, como autor de programas humorísticos.
Em 1963, transferiu-se para a TV Excelsior, a convite de Carlos Manga, para trabalhar na criação do musical Times Square, em parceria com Max Nunes.
A parceria entre os dois redatores durou mais de duas décadas e deu tão certo que eles montaram um escritório para atender aos muitos pedidos de textos humorísticos que recebiam.
Após sua morte, Maria Carmen Barbosa, dramaturga, escritora e filha do autor, doou a Coleção Particular Haroldo Barbosa ao Arquivo Geral da cidade do Rio de Janeiro.
O acervo abriga algumas preciosidades, como partituras de suas composições, versões e jingles publicitários, além de roteiros dos inúmeros programas humorísticos criados por Haroldo Barbosa para o rádio e para a televisão.
Cem anos em 100 programas
Até 7 de setembro, a Rádio MEC vai produzir e transmitir, diariamente, interprogramas com entrevistas e pesquisas de acervo sobre diversos aspectos históricos relacionados ao veículo.
A ideia é resgatar personalidades, programas e emissoras marcantes presentes na memória afetiva dos ouvintes. Acompanhe na Radioagência.
Edição: Adriana Ribeiro / Alessandra Esteves