Cem anos do rádio no Brasil: a Rádio Fluminense
Publicado em 05/08/2022 - 11:01 Por Rádio MEC - Rio de Janeiro
Há mais de 40 anos, um grupo de radialistas decidiu nadar contra a corrente do convencional na mídia brasileira.
Em 1982, Amaury Santos e Sérgio Vasconcellos, comandados por Luiz Antonio Mello, botam no ar uma nova Rádio Fluminense fm, com foco no rock e na cultura alternativa.
Na frequência de 94,9 megahertz, nascia em Niterói a chamada “maldita”, apelidada com esse nome a partir de sua postura irreverente e independente, sem se importar com a zona de conforto das rádios da época.
A rádio pioneira iniciou suas atividades na década de 1970, mas somente na próxima década que ela iria se tornar “maldita” a partir de uma série de contratações e mudanças editoriais.
A Rádio Fluminense se destacou não só por abrir espaço para a contracultura e para o rock, mas também por ir muito além de uma participação passiva do ouvinte.
Antes da internet e das redes sociais, a “maldita” já permitia que os espectadores controlassem, de certa forma, a programação.
Alguns ouvintes chegavam até a pedir que tirassem alguma música do ar para colocar outra banda ou artista.
Não só os ouvintes, mas os artistas também tinham um espaço próprio: bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Kid Abelha foram tocadas na pioneira Fluminense FM antes de firmarem grandes contratos.
Tanto a “maldita”, quanto as bandas da década de 1980, fizeram parte de um fenômeno cultural que ultrapassou um contexto alternativo, se tornando mania nacional.
Além do conteúdo inovador e pioneiro da “maldita”, a Fluminense FM revolucionou o mercado através da incorporação da locução feminina em todos os programas apresentados.
A maldita durou pouco mais de 10 anos, deixando de ser uma rádio de rock em 1994.
No entanto, a Rádio Fluminense é exemplo de um veículo que ultrapassou uma relação passiva com o ouvinte, atuando com atitude e personalidade a partir de uma programação única e pioneira.
Cem anos em 100 programas
Até 7 de setembro, a Rádio MEC vai produzir e transmitir, diariamente, interprogramas com entrevistas e pesquisas de acervo sobre diversos aspectos históricos relacionados ao veículo.
A ideia é resgatar personalidades, programas e emissoras marcantes presentes na memória afetiva dos ouvintes. Acompanhe na Radioagência.
Edição: Adriana Ribeiro / Alessandra Esteves