CPI apura mortes de jovens negros no Complexo do Alemão
Publicado em 04/05/2015 - 08:05 Por Danyele Soares - Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Violência contra Jovens Negros e Pobres da Câmara dos Deputados se reúne hoje no Rio de Janeiro para investigar as mortes de moradores baleados em confrontos no complexo da favelas do Alemão. Na próxima semana, os parlamentares vão a Salvador para apurar casos como o da comunidade de Cabula, onde 12 jovens foram assassinados em uma ação da Polícia Militar em fevereiro.
O presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes, do PT de Minas Gerais, destaca dados do Mapa da Violência 2014, que informa que das 56 mil vítimas de homicídio no país, 30 mil eram jovens e desses, 77% eram negros. Como uma das formas de resolver o problema, ele defende um plano nacional sobre o tema.
Na última audiência pública da CPI, movimentos sociais e familiares participaram do encontro e relataram casos de violência. Hamilton Borges, da campanha “Reaja ou será morta, reaja ou será morto”, que nasceu na Bahia, afirma que o racismo está impregnado na sociedade brasileira e o problema só será resolvido com articulação popular. Ele também afirma que as mortes não são investigadas.
Mas a polícia rebate. De acordo com o porta-voz da Polícia Militar da Bahia, capitão Bruno Ramos, todos os casos são apurados e se forem comprovadas ilegalidades, os policias serão punidos e até expulsos.
Os deputados da CPI também devem ir a São Paulo para investigar a morte de 8 integrantes da torcida do Corinthians Pavilhão 9, que aconteceu no último dia 19.