A presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos, a procuradora Eugenia Gonzaga, defendeu que o Supremo Tribunal Federal faça a revisão da Lei de Anistia. Isso para que agentes do Estado sejam punidos pelos crimes que cometeram durante a ditadura.
A revisão da lei está entre as principais bandeiras defendidas no Seminário dos 40 anos da Operação Condor. Essa operação foi uma aliança entre as ditaduras da América do Sul nos anos de 1970 e 1980 para perseguir os opositores dos regimes autoritários.
Cerca de 50 organizações da Argentina, Venezuela, Paraguai e Uruguai participaram do evento, que foi organizado pelo Mercosul.
Estiveram presentes várias pessoas que foram vítimas das ditaduras. Entre elas, o argentino Leonardo Fossati, que descobriu já aos 28 anos de idade que os pais biológicos haviam sido sequestrados pelo regime e ele havia sido criado por pais adotivos.
O professor aposentado Gilney Viana foi torturado e ficou preso durante dez anos. Ele integrava a Aliança Libertadora Nacional.
O presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Pedro Abrão, disse que um dos objetivos do encontro é criar sugestões entre os países de políticas para memória e Justiça.