Câmara discute novos meios para punir racismo virtual
Publicado em 30/11/2015 - 09:30 Por Victor Ribeiro - Brasília
Entre os diversos usos da internet, um tem ganhado destaque: denunciar nas redes sociais. A modelo Nayce Samara publicou um vídeo no Facebook, logo após ser vítima de racismo, no dia 3 de outubro.
Ela voltava para casa em Ceilândia, no Distrito Federal, quando duas mulheres fizeram agressões verbais dentro do ônibus. Nayce conta que decidiu postar um vídeo com a denúncia porque se sentiu muito humilhada.
Após publicar o vídeo, Nayce foi vítima de novas ofensas, dessa vez virtuais, mas recebeu muito apoio.
O jurista Paulo Rená foi um dos colaboradores do Marco Civil da Internet e destaca que o direito de ser respeitado está acima da liberdade de expressão.
Se você pensou em publicar alguma coisa na internet, mas acha que isso pode ofender alguém, o jurista orienta a não praticar essa conduta.
Recentemente uma criança do programa de TV Masterchef Junior, a jornalista Maria Julia Coutinho e o jogador de futebol Michel Bastos foram vítimas de racismo pela internet. A modelo Nayce Samara denunciou os ataques à Polícia Civil, a exemplo do que fez a atriz Thais Araújo, ao ser agredida no Instagram.
Uma comissão parlamentar de inquérito na Câmara dos Deputados discute meios mais eficientes para investigar e punir esse tipo de crime. A presidenta da CPI dos Crimes Cibernéticos, Mariana Carvalho (PSDB-RO) , convidou Thais Araújo a relatar o caso de racismo virtual.
A deputada ressalta que casos como o da atriz Thais Araújo acontecem diariamente, mas muitas pessoas não conseguem noticiar o fato.
Nayce incentiva quem sofreu preconceito a denunciar.
Quem sofre racismo ou injúria racial, tem até seis meses para procurar a polícia.