Comissão da Verdade no Rio pede museu na sede do antigo Dops
Publicado em 11/12/2015 - 02:23 Por Carol Barreto - Rio de Janeiro
A batalha para que a memória e a verdade sobre as violações de direitos humanos venham à tona agora entra numa fase no Rio de Janeiro. Isto porque a entrega do relatório final da Comissão Estadual da Verdade aconteceu nesta quinta-feira, no Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
Representando o governador Luiz Fernando Pezão, a primeira-dama Maria Lúcia Horta Jardim recebeu o documento, que contém mais de 40 recomendações, entre as quais se destaca a transformação da sede do antigo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), um dos principais centros de tortura durante a ditadura militar, em museu dedicado à memória dos que morreram lutando contra o regime. Presidente da Comissão Estadual da Verdade, Rosa Cardoso afirmou que o trabalho agora entra numa nova fase.
A ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) trabalha agora para criar a Comissão Estadual da Verdade e da Democracia, à qual caberá estudar as violações dos direitos humanos no presente. A comissão que encerrou seus trabalhos nesta quinta-feira concentrou esforços nas violações ocorridas no período de 1946 a 1988, com destaque para os anos de ditadura militar.
O relatório entregue, que será encaminhado ao Ministério Público Federal e ao Grupo Justiça de Transição, nomeia 183 autores de graves violações de direitos humanos no estado do Rio no período, de presidentes da República a agentes públicos envolvidos em sessões de tortura.