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Direitos Humanos

Serviços de saúde e assistência na Cracolândia fecham as portas após dia de violência

Drogas
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Eliane Gonçalves
11/05/2017 - 17:02
São Paulo

Depois de ter sido palco de mais um dia de violência, a região do centro de São Paulo, conhecida como Cracolândia, e frequentado por dependentes químicos passou a quinta-feira em uma espécie de vigília. Carros depenados e muito lixo queimado marcavam o lugar. Os serviços de saúde e de atenção social  não abriram as portas.

 

Para o músico Rodney Pereira, que mora a menos de um quarteirão da Cracolândia, e que passa todo dia pelo lugar para ir para o trabalho, a cena era de um país de em guerra.

 

Para quem trabalha e vive na região, a expectativa é de que as cenas de bombas, balas de borracha, carros incendiados e saques voltem a se repetir.

 

A justificativa para o receio é a declaração da Polícia Militar do Estado de que o problema na região está perto de ser resolvido, informação confirmada pelo assessor de comunicação da PM de São Paulo, Major Antunes.

 

Para profissionais de saúde e de assistência social que trabalham no lugar, a avaliação é de que o objetivo final é acabar com o programa da prefeitura de Braços Abertos, que funciona no lugar há quase 4 anos, e que não exige que o dependente químico pare de usar drogas para ser beneficiário de serviços de saúde ou de assistência social, a chamada redução de danos.

 

Para Leôncio Nascimento, da ONG É de Lei, que  defende a estratégia da redução de danos, essa não é a primeira vez que tentam acabar com a Cracolândia implantando programas de internação compulsória  e a repressão ao tráfico de drogas.

 

A ação foi parar nas Nações Unidas por conta das denúncias de violação de direitos humanos. Poucos meses depois, tanto usuários quanto traficantes voltaram ao local.

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