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Direitos Humanos

Número de fiscais está abaixo da demanda de denúncias de trabalho escravo

Trabalho escravo
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Maíra Heinen
28/01/2018 - 07:38
Brasília

O combate à situação análoga à escravidão é a realidade diária dos auditores-fiscais do trabalho, que encontram cenários degradantes no campo e na cidade. Mas combater esse tipo de crime tem sido uma tarefa ainda mais difícil pela falta de servidores na área. Quem explica é o auditor Lucas Reis da Silva, que atua em Santa Catarina.

 

Sonora: “A gente tem vários problemas como estrutura... mais do que isso ainda, o nosso grande problema hoje é que o número de auditores-fiscais do trabalho se encontra bastante reduzido. Bem aquém do que a gente precisava, bem aquém do que recomenda a Organização Internacional do Trabalho.”

 

Na opinião da coordenadora nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, procuradora Catarina Von Zuben, a atuação dos fiscais é fundamental e precisa ser valorizada. Segundo ela, o número de resgates diminuiu nos últimos anos, mas não necessariamente o número de ocorrências.

 

Sonora: “Hoje, as demandas aumentaram, as relações atualmente são mais complexas, exigem um estudo maior, uma investigação maior das relações, e tem menos fiscais, então a conta realmente não bate. E, hoje, pode-se dizer que a situação é preocupante.”

 

Resgatado duas vezes de condições análogas à escravidão, Marinaldo Soares Santos acredita que os fiscais precisam de mais apoio dos governos para reforçar os resgates e tirar outros trabalhadores dessa situação. Ele conta o que sentiu com a chegada dos auditores nos locais onde trabalhava em situações degradantes.

 

Sonora: “Foi uma sensação muito boa. Porque ali onde a gente tava, a gente já estava sem esperança de receber pelo que a gente já tinha trabalhado, a gente tava sem esperança de receber os nossos direitos. Aí, com a chegada deles, foi uma esperança muito grande. O que falta mais é eles terem uma força dos governantes para eles terem um reforço.”

 

O Dia Nacional de Combate ao trabalho Escravo foi criado em memória aos auditores-fiscais assassinados durante fiscalização no caso conhecido como Chacina de Unaí, em 28 de janeiro de 2004.

 

* Sonoplastia: Messias Melo

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