Adaptação e acessibilidade conferem inclusão a pessoas com deficiência

Publicado em 21/09/2021 - 09:38 Por Daniella Longuinho* - Repórter da Rádio Nacional - Brasília

Imagine representar toda uma nação apaixonada por esportes na cerimônia de abertura de uma das maiores competições mundiais? Ser porta-bandeira de seu país, da mulher no esporte, e desfilar lembrando de tudo o que viveu até chegar ali?

Foi exatamente isso o que sentiu a atleta Evelyn Oliveira, de 33 anos, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, que encerraram no começo deste mês. Ela tem uma doença congênita, que há poucos anos pode confirmar se tratar de Atrofia Muscular Espinhal (AME). E foi há pouco mais de dez anos que Evelyn viu na bocha paralímpica uma grande oportunidade de transformação. 

Os atletas da modalidade competem em cadeiras de roda e são divididos em classes, de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio. A competição consiste em lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma branca, conhecida como bolim ou jack. 

Apesar da preocupação sobre como seriam os treinos e as competições, por ter uma limitação física, Evelyn Oliveira, que até então vivia uma vida reclusa em Suzano (SP), disse que precisou mudar a mentalidade para se ver como atleta. 

Estevão Lopes, de 43 anos, também é um atleta paralímpico de muito sucesso na modalidade da vela adaptada. A paixão pelo esporte veio depois de um acidente: ele foi vítima de uma bala perdida na cidade do Riacho Fundo, região administrativa de Brasília, e ficou paraplégico. 

Foi durante a reabilitação, no hospital Sarah Kubistchek, que ele teve uma vivência esportiva. Embora Estevão não tivesse a intenção de se tornar atleta de alto rendimento, a vida dele se transformou quando entrou em um barco.

Além de atleta, Estevão é também advogado e educador físico. Ele é sócio-fundador do projeto Capital do Remo, complexo de esportes náuticos em Brasília que atende mais de 100 pessoas com diversos tipos de deficiência.
 
As histórias inspiradoras de Evelyn e Estevão são lembradas neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Diferente da ideia discriminatória de capacitismo, conceito que sugere um afastamento da capacidade das pessoas em virtude da condição de deficiência, as trajetórias dos paratletas mostram que a adaptação e a acessibilidade são parte dos direitos que conferem inclusão social.  

*com produção de Dayana Vítor

Edição: Roberto Piza / Nathália Mendes

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