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Direitos Humanos

Família de Herzog, morto pela ditadura, será indenizada pelo Estado

Filho afirma que omissão do estado aumentou a vulnerabilidade da mãe
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Leandro Martins - repórter da Rádio Nacional
27/06/2025 - 16:24
São Paulo
São Paulo (SP) - Instituto Vladimir Herzog lança campanha para oficializar 25 de outubro como dia nacional da democracia. Foto: Wilson Ribeiro/Acervo Vladimir Herzog
© Wilson Ribeiro/Acervo Vladimir H

Quase 50 anos depois do assassinato de Vladimir Herzog pela ditadura militar, a família do jornalista vai receber reparação do Estado brasileiro. O acordo foi firmado pela AGU - a Advocacia-Geral da União - nessa quinta-feira (26), véspera do dia em que Vlado completaria 88 anos.

Está previsto o pagamento de indenização por danos morais à família do jornalista, somado a valores retroativos da reparação econômica paga à viúva dele, Clarice Herzog, obtida com uma liminar concedida pela Justiça Federal. Além do valor total, de R$ 3 milhões, haverá a manutenção do pagamento de prestações mensais.

Em entrevista coletiva, Ivo Herzog, filho de Vlado e Clarice, lembrou que, na época da execução de seu pai, a AGU fez vista grossa à gravidade do caso. Ele ressalta que essa omissão aumentou a vulnerabilidade da mãe.

Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, a reparação à família de Herzog visa também restaurar a confiança da sociedade no Estado. 

O jornalista e professor Vladimir Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975, quando era diretor de Jornalismo da TV Cultura. No dia anterior à sua execução, ele foi procurado por militares na emissora. Ele colocou-se à disposição e compareceu para depor, no dia seguinte, à sede do DOI-Codi/SP, na Vila Mariana, onde foi torturado e assassinado. Os militares tentaram fazer parecer que a causa de morte do jornalista foi suicídio.

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