A partir desta sexta-feira (20) está proibida no Pará a venda de pescado para outros estados. A exceção é o peixe congelado, desde que acompanhado do selo do Serviço de Inspeção Federal. O objetivo é garantir o abastecimento interno e a estabilidade do preço do peixe durante o período que antecede a Semana Santa. A medida foi publicada por meio de decreto e fica em vigor até o dia 3 de abril.
Além da restrição da venda, o estado também vai facilitar o acesso da população paraense ao peixe com preços acessíveis, como explica o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca, Hildegardo Nunes.
Sonora: “O governo, através da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca, vai organizar e estimular canais de comercialização, a exemplo da Feira do Pescado, onde, por uma articulação com o setor produtivo, seja da pesca industrial, seja artesanal e piscicultura, nós estruturamos pontos de venda pra que facilite o acesso da população a este tipo de alimento”.
Em Belém, a Feira do Pescado acontece na região metropolitana nos dias 1º e 2 de abril. São cerca de dez pontos de venda com horário de funcionamento de 8 horas às 17h. Cerca de 20 municípios também aderiram ao projeto.
Mas, de acordo com o supervisor técnico do Dieese no Pará, Roberto Sena, o preço do pescado já está mais caro no estado.
Sonora: “Segundo as pesquisas do Dieese em conjunto com a Secretaria de Economia da Prefeitura de Belém, somente este ano, ou seja, nos dois primeiros meses, nos tivemos aumento que chegaram em alguns tipos de pescado até 40%. A grande maioria ficou entre 10 a 12. Mais ou menos isso. O que é muito ruim porque a inflação está dando no máximo 3%. Mas se pegarmos os últimos 12 meses, ou seja, Páscoa do ano passado à Páscoa deste ano, os preços na verdade chegaram aí de 30 a até 50% de reajuste”.
O presidente do Sindicato dos peixeiros de Belém e Ananindeua, Fernando Sousa, garante que o aumento do valor do peixe se deve à época de reprodução piracema. Nesse período, a pesca de algumas espécies fica proibida.
Sonora: “Na verdade, esse aumento em algumas espécies dá-se devido ao período de defeso e também ao período chuvoso, que tem alguma dificuldade na captura de algumas espécies. Com isso, diminui a oferta e o valor sobe um pouco”.
O decreto que proíbe a saída do pescado do Pará no período que antecede a Semana Santa é publicado há 27 anos. De acordo com o secretário Hildegardo Nunes, até o final de abril deverá ser publicado um plano estratégico para estabelecer uma política permanente sobre o assunto.