Na hora da comprar algum produto com dinheiro, a estudante Caroline Cerqueira não abre mão do troco. Ela pede, mas quando o valor é muito baixo, às vezes fica sem. "Peço, mas ninguém tem um centavo para dar. Mas eu sempre peço, principalmente em banco, porque eles deveriam ter", opina.
O vigilante André Henrique já se acostumou a ficar sem troco e, muitas vezes, nem pede. "O centavo não existe mais, né? Não tem mais a moeda", comenta.
Mesmo pouco vistas, as moedas de um centavo existem, sim. Elas deixaram de ser produzidas em 2005. Mas de acordo com Banco Central, cerca de três bilhões dessas moedinhas continuam em circulação.
Exigir o troco é direito do cliente e fornecer é obrigação do vendedor. De acordo com a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), se o comerciante não tiver o troco para devolver, o valor da compra deve ser arredondada para baixo.
É o que explica a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci. "Vemos muito preços quebrados que são na verdade um apelo de marketing. Mas é responsabilidade do comerciante providenciar dinheiro em quantias pequenas para suprir essa necessidade", explica.
Oferecer balas como troco é proibido e pode até ser considerada venda casada, que é uma prática ilegal, como explica a coordenadora da Proteste, Maria Inês Dolci.
Ao ter o troco negado, o comprador pode anotar o nome da loja, a data e explicar que o vendedor não devolveu o dinheiro. Depois, o cliente deve procurar um órgão de Defesa do Consumidor.