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Economia

Trocando em Miúdo: Entenda a redução da meta do superávit primário

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Apresentação Eduardo Mamcasz
24/07/2015 - 02:00
Brasília

Olá prezada pessoa ouvinte e cidadã. Primeiro, o fato. Governo reduz o superávit primário para 0,15%. Agora, trocando em miúdo. Na verdade, como estava na meta, de 1,13% não dava para cumprir, neste ano. Vamos nessa?


O assunto parece complicado mas a gente destrincha com calma. Superávit é sobra. Se faltar é déficit. Sobra de quê? De tudo o que for arrecadado, diminui o que o governo gasta. Mas acontece que se trata de superávit primário, ou seja, entre o que o governo arrecada e o que gasta tem que sobrar pelo menos o suficiente para pagar os juros da nossa trilionária dívida.

 

No caso da nova meta, tem sobrar pelo 0,15%. Se não colocar os juros, fica superávit operacional, mas não vale. Tem que ter dinheiro em caixa para pagar os juros da dívida, caso contrário a situação aperta. Baixam a nota de risco. Quem for emprestar para a gente vai cobrar muito mais por isso.


Continue prestando atenção. Na verdade, agora passa a ser superávit primário de 0,15% do PIB, Produto Interno Bruto. Soma de todas as riquezas que forem produzidas, por brasileiros e estrangeiros, mas tem que ser aqui no Brasil. O que o brasileiro produz de riqueza lá no estrangeiro não conta no PIB.

 

Passando direto para a dívida. Último informe do Banco Central. Na verdade, um alerta. No acumulado dos últimos doze meses, o governo federal está com um déficit, ou seja, faltando, R$ 38,5 bilhões para igualar o que recebeu. Isto dá 0,68% do PIB. Pela nova meta, de 0,15%, está precisando melhorar e muito. Pela meta antiga, então, nem se fala.


Mas vamos ao que interessa porque o tempo passa. E por que o governo federal reduziu a meta de economia para pagar os juros da dívida interna que está chegando aos R$ 2 trilhões? Simples. Está entrando menos dinheiro no caixa neste ano por causa da crise da nossa economia.

 

Tanto que neste anúncio da redução da meta do superávit primário, o governo também anuncia mais cortes nos gastos. É para igualar o que já está faltando e chegar no fim do ano dentro do prometido, uma vez que o prometido no começo do ano já viu que não ia dar para cumpir.


Acompanhou a prosa? É que nem a pessoa que recebe salário e mais alguma renda. Soma tudo. Gasta em uma porção de coisas. Faltou dinheiro, pede emprestado. Usa o cartão de crédito parcelado com juros altos. Daí, se não pagar uma parcela, que inclui o fixo mais os juros até aquela data, a coisa complica. Vai ter que pagar a parcelada atrasada com juros mais altos do que já foram  acertados.

 

A mesma coisa com o nosso governo e com o seu bolso. Tem que ter superávit primário. 

 

Trocando em Miúdo: Programete sobre temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão. É publicado de segunda a sexta-feira

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