Trocando em Miúdo: Saiba como aplicar seu dinheiro
Publicado em 10/11/2015 - 02:00 Por Apresentação Eduardo Mamcasz - Brasília
A prosa de hoje vai para a prezada pessoa ouvinte cidadã que tem um dinheiro guardado e quer sair da caderneta de poupança, porque ela está rendendo abaixo da inflação, e deseja partir para alguma coisa que tenha a mesma tranquilidade, mas com rendimento melhor.Não importa que tenha R$ 100 ou R$ 100 mil. Começo por onde:
Sonora: "Procurar fazer alguma plantação para o futuro. E o que é mais importante: a gente está aplicando não só, por exemplo, em poupança, que é a tradicional das pessoas, porque já não é mais um bom investimento, mas pensar em alternativas."
Palavra do nosso convidado, o professor de Finanças da Federação Brasileira de Bancos, Ricardo Escolá. E já aproveito uma dúvida mandada por um ouvinte que ouviu falar que pode investir o seu dinheiro em ouro. Em lingote, ouro de verdade, ou em papel, faz diferença, é seguro, rende mais do que a poupança, preciso de pouco ou muito dinheiro?
Sonora: "O ouro é um ativo muito forte na época de crise. Ouro é ouro em qualquer tempo, no Brasil, na Alemanha, na Suiça, nos Estados Unidos, na Índia, na China. É um ativo que não tem grandes valorizações. Então numa época de economia normal realmente o ouro não é um bom investimento. Mas nessa época é maravilhoso, porque pelo menos te garante o poder de recompra."
Agora tem uma coisa, professor, uma palavra que a poupança tradicional sempre deu, que é a confiança. Ter certeza que o dinheiro vai render e, o principal, a gente não vai perder. Porque de acordo com o lugar onde a gente coloca para investir, pode um dia até perder, né?
Sonora: "Uma aplicação que é muito querida do povo brasileiro, que é a poupança, é a que menos rende em qualquer circunstância. Porque nossa inflação está muito elevada e as demais possibilidades estão melhores do que fazer uma aplicação que rende 6% ao ano mais variação baseada, não na Selic, mas em uma taxa que é reduzida ainda."
Só para fechar a prosa, professor Ricardo Escolá, da Febraban. Primeiro, esta história da cadernerta de poupança se esvaziando, até porque está rendendo menos do que a inflação, o que no fundo quer dizer que a gente perde dinheiro. Mas isto não está prejudicando, então, os programas onde o dinheiro da poupança é aplicado pelo governo, como na construção de casa própria?
Sonora: "Com certeza. O fato de a poupança estar sendo esvaziada, vai ter uma séria consequência, por exemplo, na parte de aplicação dos bancos. Os recursos de poupança, em sua maioria, são destinados a créditos imobiliários, que é uma das grandes carências do país."
Agora, fechando mesmo, por causa do tempo. E este tal de Títulos Públicos, do Tesouro Nacional, é complicado, precisa de muito dinheiro, rende bem, paga imposto, como é que funciona?
Sonora: "Ter título público é uma coisa muito simples. Basta você procurar o banco ou uma corretora, pedir que a instituição te cadastre no Tesouro Direito e você mesmo vai aplicando pequenos valores. Você pode aplicar R$ 100, R$ 200. O quê que é bacana? Todo mês separar uma parte e aplicar em títulos, por exemplo."
Obrigado pelos esclarecimentos, professor Ricardo Escolá.
Sonora: "Eu acho que o recado maior nessa situação de hoje é estar alerta, evitar gastos e procurar sempre guardar o máximo possível, porque são tempos pesados que nós vamos passar. Não sei se vai ser um ano, dois, três ou mais, mas o importante é estar preparado para a hora que virar ter oportunidade de aproveitar."
Se o ouvinte tiver dúvidas, mande email para a gente: emconta@ebc.com.br
Trocando em Miúdo: Programete sobre temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão. É publicado de segunda a sexta-feira.
* Este programete é uma reprise. A edição original foi veiculada em julho deste ano.