Trocando em Miúdo: Entenda o mecanismo de cobrança de juros do cheque especial
Olá prezada pessoa ouvinte cidadã!
Antes, o vilão era o cheque especial rotativo. Daí que se esqueceram do outro, que continua vivo, quer dizer, matando o nome limpo de muita gente na praça, ou seja, o pessoal que ainda tem coragem, ou precisa, de usar o cheque especial e depois atrasar o pagamento. Vamos nessa.
Então, vamos saber como é que fica o cheque especial. Pela ordem.
Ponto 1. Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e Banco Central agora anunciam um trabalho conjunto para diminuir os juros no uso do cheque especial.
Ponto 2. O Grupo de Trabalho foi criado em janeiro do ano passado.
Ponto 3. A promessa, agora, é que os juros do cheque especial baixem. Até o fim do ano. Estamos em janeiro.
Confirmando o que acabo de dizer. Comunicado divulgado pela Febraban.
Do jeito como está escrito. “A Febraban estuda formas de melhorar o ambiente de crédito no país e trabalha para garantir uma redução estrutural do spread.”
Epa. O que é isso? Spread? Simples. É a diferença entre a taxa básica de juros, a Selic, nos 7%, ao ano, e a taxa de juros cobrada pelos bancos no caso de cheque especial, que pula para 323%. E quem fica com o spread? Outro dia, a gente fala disso.
Continuando. Febraban e Banco Central estudam medidas para diminuir a taxa exagerada cobrada em cima do uso do cheque especial, aliás, o produto que ainda dá mais lucro para os bancos. De volta ao comunicado da Febraban. “O cheque especial faz parte do conjunto de ações do setor bancário.” E escute só o final: “Essas medidas serão anunciadas ainda neste ano, quando forem concluídas”.
Então, vamos lembrar o que aconteceu no ano passado, lá por abril, com o cartão de crédito. Acabaram com o rotativo. Venceu a conta do cartão tem mais um mês para pagar tudo. Para isso, na maior parte das vezes, a pessoa tem mais é que pegar empréstimo aonde? No banco. Sai mais barato do que o rotativo, mas também sai caro. Mas tem muitas gente que não está conseguindo pagar.
Pois agora, uma das coisas que o Banco Central está pensando, e que os bancos não estão querendo, é justamente dar um prazo bem menor para que a pessoa pague o que deve no cheque especial, para que a dívida não vá aumentando, tipo acontece hoje, com 13% ao mês. Ou 323% ao ano. Acaba afundando.
Então, tá.
Inté e axé.
Trocando em Miúdo: Quadro do programa Em Conta, da Rádio Nacional da Amazônia. Aborda temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão. É distribuído em formato de programete, de segunda asexta-feira, pela Radioagência Nacional. Acesse aqui as edições anteriores.





