A Intenção de Consumo das Famílias, medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, apresentou a quarta retração mensal consecutiva em julho. Com a queda de 4%, o índice atingiu o menor nível desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010, 66,1 pontos. No comparativo anual, o recuo de 26,4% também foi o quarto seguido.
Mas, apesar do panorama geral ainda ser desfavorável, a economista responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, ressalva que a trajetória já não é mais tão drástica.
A pesquisa da CNC também detectou que 62,6% das famílias acreditam que consumiram menos este mês do que no ano passado, o maior percentual desde novembro de 2016. Já neste caso, a queda mensal de 6,8% foi a quinta seguida, levando o indicador ao patamar de 49,4 pontos.
A economista da CNC destaca ainda o desempenho negativo dos dados relativos ao acesso a crédito, que pela primeira vez desde 2017, caíram 2,5% na comparação com ano anterior, além de recuarem 5,2% frente a junho.
O desestímulo para consumir, sinalizado ela pesquisa CNC, se explica pelas incertezas no mercado de trabalho. A parcela de brasileiros que se sentem menos seguros atingiu novamente o recorde da pesquisa com 33,7%. Também alcançaram os piores resultados históricos o subíndice Emprego Atual, que caiu 26,2% na comparação com julho do ano passado, atingindo 85,1 pontos, e o item Renda Atual, que ficou em 78,9 pontos.