Inflação acelera e registra maior alta para mês de setembro em 17 anos

Índice subiu 0,64% puxado pela alta nos preços de alimentos e gasolina

Publicado em 09/10/2020 - 13:36 Por Lígia Souto - Rio de Janeiro

Puxado pela alta nos preços dos alimentos e da gasolina, o IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial do país, subiu 0,64% em setembro, contra 0,24% em agosto. Esse é o maior resultado para um mês de setembro desde 2003, quando o indicador alcançou 0,78%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE.

No ano, o IPCA acumula alta de 1,34% e, em 12 meses, de 3,14%, acima dos 2,44% observados no período imediatamente anterior. O índice também aponta alta na comparação com setembro de 2019, quando houve deflação de 0,04%.

Ainda segundo o IBGE, as maiores variações e impacto no IPCA vieram do grupo alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao resultado de agosto. O movimento foi influenciado principalmente pela alta nos preços do óleo de soja e do arroz. Juntos, os produtos tiveram impacto maior que as carnes, cuja a variação foi 4,53%.

De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o encarecimento do arroz e do óleo de soja está relacionado à alta do dólar e também à maior demanda interna, impulsionada pelos programas de auxílio emergencial.

Outros produtos que subiram na cesta das famílias foram o tomate e o leite longa vida. Por outro lado, houve queda nos preços da cebola, batata-inglesa, alho e frutas.

Além de alimentos e bebidas, outros seis grupos tiveram alta em setembro, com destaque para os artigos de residência, transportes e habitação. O vestuário, após quatro meses consecutivos de quedas, também apresentou alta de 0,37%, contribuindo com o resultado de setembro.

Ainda segundo o gerente da pesquisa, o maior impacto negativo em setembro, que ajudou a segurar o indicador, partiu dos planos de saúde, cujos os reajustes foram suspensos pela Agência Nacional de Saúde.

Em setembro, todas as 16 regiões pesquisadas tiveram alta nos preços. Campo Grande registrou o maior índice. Outros destaques de alta foram Fortaleza, Rio Branco, Goiânia e São Luís. Já a menor inflação foi registrada na região metropolitana de Salvador.

 

Edição: Lana Cristina

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