Universidade em São Paulo cria rede de comércio virtual para incentivar o empreendedorismo entre negros e pardos. ShopBlack esse é o nome do projeto da Universidade Zumbi dos Palmares, instituição de ensino superior com foco nos jovens negros e pardos da região metropolitana de São Paulo.
A ideia surgiu da constatação prática dos impactos econômicos da pandemia entre os estudantes.
De fato, os números indicam que a população negra foi a mais afetada durante a pandemia do coronavírus. Segundo o IBGE, dos mais de 14 milhões de desempregados no país, quase 65% são negros ou pardos. Já o Instituto Locomotiva mostrou que 73% dos negros e pardos perderam renda na pandemia, contra 60% entre os brancos.
Em Feira de Santana, no interior da Bahia, o filósofo Alex Kekambas explica como a crise vem em cadeia. Ele trabalhava em um escritório de contabilidade e em dezembro de 2019 abriu uma marca de roupas feitas com tecidos africanos. O negócio já nasceu online, mas aí veio a pandemia… Ele perdeu o emprego e viu as vendas da loja caírem pela metade.
Buscar parcerias em troca de visibilidade. Ir para a vitrine. Projetos como o de Kekambas que o ShopBlack está de olho. O reitor da universidade, José Vicente, explica que a ideia é um desdobramento da incubadora de projetos da Universidade Zumbi dos Palmares e aposta no e-commerce, para fazer o dinheiro circular dentro das comunidades negras.
Alex Kekambas espera que o projeto ajude a fazer eco e que roda do empreendedorismo negro comece a girar. Kekambas cita um proverbio "uma mão sozinha não bate palmas".
Além do espaço de vendas de produtos, o novo portal de negócios também vai oferecer cursos online gratuitos e criar um fundo financeiro, o Banco Black, com ofertas de microcrédito para os novos empreendedores. Quem quiser conhecer a nova vitrine é só visitar o site www.shopblack.com.br.