A produção industrial brasileira caiu 1,3% em abril em relação ao mês anterior. Esse é o terceiro resultado negativo consecutivo, com perda acumulada de 4,4% nesse período. O novo recuo coloca o desempenho da indústria nacional 1% abaixo do patamar pré-pandemia e 17,6% inferior ao nível recorde, registrado em maio de 2011, de acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo.
Mesmo assim, o setor continua registrando ganho acumulado de 10,5% este ano e, depois de 22 taxas negativas, o resultado voltou a ser positivo em 1,1% nos últimos 12 meses. Além disso, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi recorde, de 34,7%.
O gerente da pesquisa Andre Macedo ressalta, no entanto, que a análise é prejudicada porque em abril de 2020 o setor havia sofrido uma queda também recorde.
Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a queda de abril alcançou duas das quatro grandes categorias econômicas: os bens de consumo semi e não duráveis recuaram -0,9% e os bens intermediários, -0,8%. Já os bens de capital e os bens de consumo duráveis tiveram resultados positivos, de 2,9 e 1,5% respectivamente.
Mas a análise por atividades mostrou que a perda se disseminou entre 18 das 26 investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal. O destaque foi a retração de 9,5% na produção do coque, um subproduto do carvão mineral, dos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
A segunda atividade com maior impacto no índice foi a de produtos alimentícios, que teve queda de 3,4% na comparação com março. Já entre as oito atividades que apresentaram crescimento, os destaques são o avanço de 2,6% na indústria de máquinas e equipamentos 1,6% nas extrativas.