Quase oito em cada 10 brasileiros não dariam conta de absorver uma despesa inesperada muito grande. Isso é o que revela uma pesquisa do Banco Central, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que entrevistou cinco mil pessoas no país. O estudo foi realizado para avaliar a resiliência financeira do brasileiro.
Apenas 22% dos entrevistados afirmaram que dariam conta de uma despesa inesperada grande. O número indica a necessidade de melhorar a capacidade de poupança das famílias, segundo destacou o chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central, Luís Gustavo Mansur.
O índice de resiliência financeira é influenciado pelo sexo e pela renda. Ser homem aumenta em 67% a chance de ter resiliência financeira. E quem ganha entre dois e três salários mínimos têm 60% a mais de chance de pertencer ao grupo que acredita ser capaz de absorver um choque financeiro, se comparado com o grupo que recebe até um salário mínimo. Já a resiliência de quem ganha 20 salários mínimos é 23 vezes maior do que de quem ganha um salário mínimo.
Para o economista do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), William Baghdassarian, esses dados revelam a fragilidade financeira da maioria dos brasileiros.
A idade foi outro fator que influenciou a resiliência financeira segundo o estudo. Os jovens de 18 a 29 anos tem 35% mais chances de pertencer aos grupos com alguma resiliência financeira se comparado às pessoas com 60 anos ou mais.
