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Economia

Mães que recebem Bolsa Família têm mais chances de ter emprego formal

Pesquisa mostra também mais investimento em educação
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Tatiana Alves - Repórter da Rádio Nacional
01/10/2025 - 16:08
Rio de Janeiro
Iasmin da Silva (mãe) e Rafael de Jesus (filho)- Família Beneficiária do Programa Bolsa Família - CRAS de Sobradinho 1 - Brasília (DF). Na foto eles seguram o cartão do programa Bolsa Família.
Fotos: Lyon Santos/ MDS
© Lyon Santos/ MDS

Mães que recebem o Bolsa Família apresentam maior índice de emprego formal na comparação com outros perfis. As estimativas foram apresentadas no artigo “Transferência de renda e participação feminina no mercado laboral: o caso do Programa Bolsa Família”.

De acordo com o estudo, feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, foi observado um aumento de 1,13 ponto percentual de mães beneficiárias do programa no mercado formal de trabalho, o que representa um crescimento de 7,4% em relação à média registrada antes dessas mulheres começarem a receber o benefício. Os impactos são mais significativos em mães de crianças entre três e seis anos. 

A pesquisa mostra, ainda, que o Bolsa Família aumenta em 4,2 pontos percentuais a probabilidade de mulheres beneficiárias se autodeclararem disponíveis para o trabalho. Enquanto cerca de um terço das mulheres declara não estar disponível para aceitar uma oferta de emprego, esse percentual é de apenas 10% entre os homens, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE.

A principal razão apontada pelas mulheres para essa indisponibilidade é a necessidade de prover cuidados no domicílio, citada por 20% das respondentes, mas praticamente inexistente entre os homens. 

A ligação entre a inserção das mães no mercado de trabalho e a matrícula escolar das crianças é outro ponto destacado na pesquisa. Para receber o benefício do Bolsa Família, o programa exige que as crianças de quatro e cinco anos alcancem frequência escolar mínima de 60%. Para as crianças e adolescentes entre seis e 18 anos incompletos a exigência é de 75% de frequência.

Outra conclusão é que os domicílios beneficiários têm uma probabilidade de 11,5 pontos percentuais maior do que não beneficiários de investir em educação, atividades extracurriculares e material escolar.

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