Sistema Braille permite inclusão de pessoas cegas
Publicado em 10/04/2015 - 10:41 Por Ana Lúcia Caldas - Brasília
Nesta semana se comemorou o Dia Nacional do Braille.
Sonora: "Quando eu perdi a visão aos sete anos, o que eu mais queria era ir para a escola para aprender a ler e escrever, sempre tive muita vontade de ler, minha mãe lia muito para mim. E quando eu perdi a visão e que eu pedi para minha mãe que eu queria ir para a escola, ela ficou meio sem saber e ela chegou até a Fundação Dorina (Nowill), que na época era Fundação para o Livro do Cego no Brasil e foi aqui na fundação que aprendi o braille e fui colocada em uma escola regular."
Essa é Regina Oliveira. Ela é membro do Conselho Iberoamericano e do Conselho Mundial do Braille e coordenadora da revisão de materiais em braille na Fundação Dorina Nowill para Cegos. Ela explica que o dia 8 de abril foi escolhido como Dia Nacional do Braille porque foi nessa data que nasceu José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego brasileiro.
O sistema foi criado por Louis Braille, um jovem francês que ficou cego aos três anos. Sua invenção mudou a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Regina fala sobre o sistema.
Sonora: "O sistema é baseado em seis pontos em relevo que permitem que as pessoas cegas possam escrever os diferentes alfabetos do mundo, número, simbologia matemática, científica, e tudo que a escrita comum representa. O sistema se difundiu por toda Europa, por todo o mundo até o final do século XIX e depois foi adaptado aos diferentes alfabetos, aos diferentes idiomas."
Atualmente existem outros recursos que, na opinião de Regina Oliveira, complementam o sistema , mas não o substituem.
Sonora: "Nesses 190 anos em que vem sendo utilizado, ele vem acompanhando toda a evolução da escrita comum. Lógico que hoje em dia existem outros recursos, existem os livros digitalizados, os livros gravados, que permitem que as pessoas cegas tenham acesso a mais informação. A questão da informática que permite você navegar pela internet, isso é possível graças a leitores de tela, mas tudo isso são complementos do sistema braille.
No segundo semestre, em setembro, o Brasil vai sediar reuniões de conselhos sobre o Braille, com representantes de todas as partes do mundo.
Sonora: Existem esses conselhos, o Conselho Mundial do Braille, o Conselho Iberoamericano do Braille, a comissão de Braille Latino-Americana para que haja uma padronização desse sistema, seja mais fácil haver um intercâmbio dos textos em braille em todo o mundo para que o sistema braille possa continuar acompanhando a evolução da escrita comum é necessário que existam essas comissões onde estão especialistas que vão cuidar para que o braille não se descaracterize.
De acordo com dados do Censo de 2010 do IBGE, existem no país 6,5 milhões de pessoas portadoras de deficiência visual. E quem quiser saber um pouco mais basta acessar o site www.fundacaodorina.org.br.