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Educação

Universitários do Acre trocam experiências com idosos por meio de cartas

Projeto
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Michelle Moreira
02/08/2018 - 12:45
Brasília

Em meio ao uso de smartfones, computadores e outros gadgets eletrônicos, um projeto da Universidade Federal do Acre fez um convite especial: alunos de letras do campus de Cruzeiro do Sul se corresponderam por cerca de seis meses por meio de cartas com um grupo de idosos.


Entre os correspondentes da melhor idade estavam pessoas vinculadas à universidade e do Centro de Convivência do Idoso do município.


A ideia era incentivar a leitura do público com 60 anos ou mais, além de despertar nos universitários a interação e a escuta do outro, bem como favorecer a troca de experiências.


Para isso, precisava entrar na pauta das conversas um pouco da história de cada um e os livros lidos.


A historiadora Beatriz Cameli, de 70 anos, participou do projeto Cartas com Amor: Encontros Mediados pela Leitura. Saudosa, ela lembrou de um tempo em que mídias sociais eram coisa do futuro.


Caprichosa, Beatriz diz que reservou horários especiais para escrever a carta.


“Para eu me concentrar e deixar uma boa impressão. Ela ficou emocionada ao saber quem eu era, o que eu fazia. Ela também ficou muito emocionada ao se corresponder por cartas com uma pessoa que tinha idade para ser avó dela.”


No último dia 25, estudantes e os seus correspondentes se viram pela primeira vez. Em um encontro na universidade eles puderam conhecer um pouco mais do que as cartas revelaram de cada um.


O universitário Dejalcimar da Silva não conheceu a senhora que se correspondia com ele. Ela estava doente e não pode comparecer ao evento. Mas, no decorrer das cartas trocadas, ele disse que pode conhecer um pouco mais sobre a mulher de pouco mais de 70 anos e ficou feliz por despertar nela o interesse pelo conhecimento.


A idealizadora do projeto é a professora de ficção brasileira moderna, Maria José Costa. Ela diz que o resultado foi além do que se esperava.


O sucesso do projeto já garantiu novas edições. Para os próximos semestres, Maria José disse que pretende buscar correspondentes entre os presidiários e os alunos do Ensino Médio.

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