Publicado em 22/04/2020 - 11:58 Por Lígia Souto - Rio de Janeiro
O governo do Rio de Janeiro decidiu distribuir chips para acesso à internet aos alunos da rede pública de ensino. A medida chega pouco mais de um mês depois que escolas e universidades suspenderam as aulas em todo o estado, como forma de prevenção ao contágio do novo coronavírus.
Com o fechamento das escolas por tempo intederminado, o ensino à distância foi a solução encontrada para dar continuidade ao ano letivo, em meio ao cenário imposto pela pandemia. O anúncio de uma plataforma online para oferecer aos estudantes o conteúdo das disciplinas foi feito pelo governador Wilson Witzel no dia 30 de março. Mas, quem não tem acesso à internet continua sem conseguir acompanhar as aulas.
Para minimizar o problema, serão distribuídos 750 mil chips, conforme explicou o secretário de estado de Educação, Pedro Fernandes. Além dessa iniciativa, o secretário ressaltou que todo o material escolar será impresso e entregue na casa dos alunos dentro dos próximos dias.
Antes do anúncio dessa medida, o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma ação contra o estado cobrando que as aulas virtuais não fossem contabilizadas no calendário do ano letivo.
O Ministério Público argumenta que a maioria dos alunos não tem internet em casa para acompanhar o conteúdo didático. O órgão cita dados da própria Secretaria de Educação, que apontam que 20% dos estudantes da rede, cerca de 150 mil alunos, estão em situação de exclusão digital.
O MPRJ recomendou, inclusive, a suspensão das aulas virtuais, até que fosse esclarecido como se daria o cumprimento integral da carga horária mínima anual. A justiça, no entanto, emitiu decisão favorável a continuidade do ensino não presencial, destacando que os alunos sem acesso a intenet devem receber o material impresso em casa.