Pesquisa da FGV aponta que pandemia acentuou abismo educacional
Adolescentes das classes A e B estudam mais que os da camada E
Publicado em 21/10/2020 - 17:07 Por Tatiana Alves - Rio de Janeiro
Adolescentes de 16 e 17 anos, das classes A e B, estudam 64% mais horas do que aqueles da camada E, que são os mais pobres. É o que aponta uma pesquisa da FGV, Fundação Getúlio Vargas, divulgada nesta quarta-feira (21).
O economista Marcelo Neri, um dos autores do levantamento, prevê que as desigualdades educacionais, que vinham em queda, voltarão a subir e devem permanecer assim, mesmo depois da pandemia. Na sua avaliação, esse quadro vai se refletir no mercado de trabalho, especialmente para a população entre 15 e 24 anos de idade.
Ainda segundo à pesquisa, elaborada pela FGV Social com base em dados do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o estudo à distância, imposto pelo isolamento social provocado pelo novo coronavírus, elevou o patamar da desigualdade educacional no Brasil.
De acordo com a sondagem, os alunos mais ricos passam, em média, cerca de 3 horas e 20 min assistindo aulas à distância ou realizando atividades escolares. Já na classe C, o tempo de estudo cai para 2 horas e 21 min. Quando avaliado o tempo dedicado pelos estudantes mais pobres, das classes D e E, esta média é de 2 horas e 02min.
Entre os que possuem de 6 a 15 anos, os jovens da classe A estudaram cerca de 3h11min por dia ao longo de agosto. Este tempo caiu para 2h22min na camada C, para 2h10min na D e 2h02min na E.
Edição: Joana Lima