Recordistas do atletismo paralímpico se adaptam em ano de incertezas
Vinícius Rodrigues e Raíssa Machado estiveram muito perto de uma inédita medalha de ouro paralímpica nos Jogos de Tóquio, no Japão. O velocista ficou a somente um centésimo do topo do pódio nos cem metros da classe T63, para atletas amputados acima do joelho. Recordista mundial da prova na categoria, o brasileiro está mudando o estilo de corrida.
Faltaram 11 centímetros para Raíssa levar o ouro do lançamento de dardo em Tóquio, na classe T56, voltada a cadeirantes. No último fim de semana, em São Paulo, no primeiro evento nacional da temporada, porém, ela quebrou o recorde mundial da prova, superando em 30 centímetros a marca que lhe tirou do topo do pódio no Japão.
O caminho até os Jogos de Paris, na França, é complexo. A começar pelo ciclo paralímpico mais curto, pouco mais de dois anos, impactado pela pandemia do novo coronavírus. O Campeonato Mundial que seria realizado entre agosto e setembro, em Kobe, no Japão, foi adiado, também por conta da covid-19. Outro Mundial, voltado a cadeirantes e amputados, marcado para Sochi, em outubro, foi retirado da cidade russa devido aos ataques militares à Ucrânia e ainda não foi remarcado.
Para Raíssa, manter o psicológico forte é o desafio em meio às incertezas. Já Vinícius acredita que os atletas têm condição de superar mais essa adversidade, após encararem as dúvidas sobre a realização ou não dos Jogos de Tóquio.
A comissão técnica definiu que se o Mundial para amputados e cadeirantes não ocorrer, a etapa marroquina do circuito mundial paralímpico, em Marrakech, entre 15 e 17 de setembro, será o principal evento internacional da modalidade em 2022.