Famílias atingidas pelas obras do reservatório da Usina Belo Monte participaram de uma audiência pública, nessa quarta-feira, em Altamira, no Pará, para apresentar as queixas. Pelo menos nove mil famílias, devem ser removidas de suas casas para dar lugar ao empreendimento.
Entre os resultados da audiência, ficou definida a criação de uma câmara interinstitucional, formada por diversos órgãos públicos, para tratar dos casos de discordância dos atingidos com as propostas da Norte Energia, como explica a procuradora da República Thais Santi.
A procuradora destaca ainda a atuação da Defensoria Pública da União que foi requisitada para acompanhar a situação da população atingida.
Os moradores questionam principalmente os valores das indenizações, fixados entre 10 e 50 mil reais, e os critérios da Norte Energia para selecionar quem vai ter direito às novas residências.
Em um vídeo divulgado esta semana pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, uma moradora de Altamira, Elissandra Oliveira, alega que gravou um comercial para a Norte Energia, sobre o reassentamento.
Para aceitar as filmagens, recebeu a oferta de uma casa. Dez meses depois de gravar as cenas, Elissandra diz que não recebeu a nova moradia.
O Ministério Público Federal em Altamira informou que vai analisar o vídeo. A reportagem tentou contato com a Norte Energia, mas até o fechamento desta edição, ninguém atendeu aos nossos telefonemas nem respondeu aos nossos e-mails.
