Projeto antidesmatamento deve também gerar renda em Porto Velho
Publicado em 28/04/2015 - 19:08 Por Maira Heinen - Brasília
Porto Velho, em Rondônia, pode ser o primeiro município da Região Amazônica a estabelecer uma política municipal de mudanças climáticas, serviços florestais e biodiversidade. O projeto pretende criar mecanismos que contribuam para a valorização das florestas locais, além favorecer populações que sofrem pressão por áreas para a agropecuária e para retirada de madeira.
O projeto Carbono Suruí, primeiro em redução de emissões do desmatamento e degradação florestal proposto em terras indígenas no Brasil, fica numa área entre os estados de Rondônia e Mato Grosso e serviu de exemplo para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) da capital rondoniense propor a criação da nova política. O secretário Edjales Benício de Brito explica o principal objetivo da iniciativa.
Sonora: “É a gente tentar combater o desmatamento da Amazônia, mas também oportunizando a geração de renda pra quem hoje depende basicamente da floresta em pé, que são nossos povos indígenas e nossas comunidades tradicionais”.
O Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), está formulando a Política com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Pedro Soares é gestor ambiental do Idesam e explica que frear o desmatamento em Rondônia é urgente para a redução das emissões de carbono. Além do desmate, ele elenca outras fontes emissoras de gases de efeito estufa na capital.
Sonora: “Atividades produtivas muito ligadas à agropecuária e em Porto Velho a pecuária tem uma participação bem grande e a parte de energia. Porto Velho, assim como algumas capitais da região Norte trabalham com termoelétricas movidas a óleo diesel. Então, uma parte da energia geradas para as casas é proveniente da queima de óleo diesel, que constitui um fator importante de emissão de gases”.
A política também pretende envolver representantes da iniciativa privada. Pedro Soares reforça que, cada vez mais, ser uma empresa sustentável e que se preocupa com o meio ambiente conta pontos a favor no momento de estabelecer transações comerciais, principalmente com outros países.
Até o final deste semestre, de acordo com o secretário de meio ambiente, Edjales Brito, a Sema deve enviar o projeto de Lei de contenção do desmatamento para a Câmara de Vereadores de Porto Velho.