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Justiça proíbe novas demolições na Favela do Metrô no Rio

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Tâmara Freire
29/05/2015 - 17:32
Rio de Janeiro

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar que proíbe a prefeitura da capital fluminense a dar continuidade às demolições de imóveis na Favela do Metrô, na Zona Norte. De acordo com a decisão, em caso de descumprimento, o município vai ter que pagar multa de R$ 20 mil por núcleo familiar atingido.

 

A Procuradoria Geral do Município do Rio de Janeiro afirmou que ainda não foi notificada da decisão. Na quinta-feira (28) diversos imóveis foram demolidos pela Secretaria de Ordem Pública, mas de acordo com o prefeito Eduardo Paes, todos estavam vazios, com exceção de um ferro velho, que não tinha alvará de funcionamento e vendia produtos roubados. A informação foi negada por Simone Teodoro, funcionária do estabelecimento há quatro anos que estava no local no momento da demolição. De acordo com ela, o ferro velho emprega vinte funcionários que não sabem como vão se sustentar daqui pra frente.

 

Gabriela Gomes, que mora na Favela do Metrô há dois anos, também afirma que sua casa foi destruída sem qualquer aviso enquanto ela estava no hospital acompanhando o pai que está internado.

 

A maior parte dos moradores começou a habitar o local depois que a prefeitura realizou outra desocupação, há cerca de três anos, mas não demoliu os imóveis construídos pelos antigos moradores. Pessoas como Renata Soares da Silva, mãe de seis filhos, alegam não ter outra opção de moradia.

 

A desocupação preocupa também diversos proprietários de borracharias oficinas mecânicas e lojas de autopeças, que atuam no local há décadas empregando centenas de pessoas. Mas neste caso, o prefeito Eduardo Paes, afirmou que já está realizando uma licitação para construir um polo automotivo, para onde essas lojas serão remanejadas.

 

Na quinta-feira (28), após as primeiras demolições, os moradores realizaram um protesto com o apoio de alunos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que funciona ao lado, que chegou a fechar a Avenida Radial Oeste. Houve repressão policial. Um pequeno protesto foi realizado nesta sexta-feira (29), mas não houve novos confrontos.

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