Revolta das Barcas tomava as ruas de Niterói há 56 anos

Publicado em 22/05/2015 - 07:30 Por Apresentação Carmen Lúcia - Brasília

Há 56 anos, acontecia a Revolta das Barcas, um levante popular contra o transporte hidroviário oferecidos em Niterói.

 

Naquela época, o único meio de transporte disponível entre Niterói, então capital do estado do Rio de Janeiro, e a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, eram as barcas que transportavam cerca de 100 mil passageiros por dia, quase a metade da população de Niterói.

 

Os moradores de Niterói acompanhavam pelos jornais que o Grupo Carreteiro, que controlava o serviço, solicitava constantemente apoio financeiro do governo para cobrir os gastos, alegando prejuízo.

 

Entretanto, os argumentos não convenciam o governo dado o número de passageiros transportados e os custos do serviço. Segundo cálculos do governo, a empresa gastava menos da metade do que arrecadava.

 

Além dos cálculos dos técnicos do governo, caiam sobre a empresa suspeita de desvio de dinheiro uma vez que a família Carreteiro aumentava sempre o patrimônio com compra de fazendas e outros imóveis. Fatos notados pela população.

 

O Sindicato dos Marítimos e Operários Navais entrou em greve da noite de 21 de maio de 1959, de surpresa, reivindicando melhores condições de trabalho para os cerca de 4 mil funcionários da empresa.

 

Para atender à população, as Forças Armadas foram encarregadas de administrar provisoriamente as viagens entre Niterói e o Rio, desde a condução até a organização das filas.

 

Foram utilizadas duas embarcações especiais para fazer o serviço, mas com capacidade reduzida. Com a precarização do serviço, a população começou a se aglomerar na Praça Martim Afonso, atual Araribóia, em Niterói, aumentando a tensão no local.



Para piorar, os fuzileiros navais que tentavam organizar a filam, agiam com truculência, alimentando o nervosismo dos usuários.

 

O quebra-quebra começou pela estação das barcas que foi incendiada e a frota destruída. Os móveis da estação e pedaços das embarcações foram arremessados na rua e incendiados.

 

Por fim, os usuários marcharam em direção à residência dos Carreteiro. A casa foi incendiada, os pertences destruídos e os móveis caros, arremessados do telhado.

 

A revolta, o vandalismo e a luta entre populares e militares resultaram em seis mortos e 118 feridos. No dia seguinte, a situação já estava sob controle, e o governo brasileiro estatizou o serviço.

Últimas notícias
Saúde

OMS: Vacinas salvaram 154 milhões de vidas em 50 anos

Os esforços globais de imunização têm sido fundamentais, salvando aproximadamente 154 milhões de vidas nos últimos 50 anos, conforme indicado por um estudo conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), revelado recentemente.

Baixar arquivo
Economia

Reforma tributária: Haddad leva texto da regulamentação ao Congresso

O documento tem mais de 300 páginas e 500 artigos com as regras do novo sistema de cobrança de impostos. Ele substitui cinco impostos por dois, um federal e um para estados e municípios.

Baixar arquivo
Política

Congresso Nacional adia análise de vetos presidenciais

A ideia é dar mais tempo para os líderes do governo e da oposição entrarem em acordo para a votação.

Baixar arquivo
Internacional

Presidente de Portugal reconhece culpa pela escravidão no Brasil

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que seu país tem responsabilidade pelos crimes da era colonial, como tráfico de pessoas na África, massacres de indígenas e saques de bens.

Baixar arquivo
Geral

Preso, Chiquinho Brazão fala no Conselho de Ética da Câmara por vídeo

Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, está preso há um mês e é alvo de pedido de cassação apresentado pelo PSOL.

Baixar arquivo
Segurança

CCJ da Câmara aprova lei que permite aos estados decidirem sobre armas

Pelo projeto de lei, os estados poderiam decidir sobre a posse e o porte de armas. Parlamentares favoráveis à proposta acreditam que diferenças estaduais precisam ser respeitadas. Já os contrários, afirmam que regras sobre armas devem ser definidas por uma lei nacional. Base do governo aponta inconstitucionalidade da medida.

Baixar arquivo