O movimento Ocupe Estelita, que se opõe ao projeto que prevê a construção de edifícios, estacionamentos e áreas comerciais no Cais José Estelita, no Recife, voltou a protestar na tarde desta quinta-feira. O grupo exige que a Prefeitura cancele o projeto e mantenha as edificações históricas do local.
O ato ocorreu um dia após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão na sede do consórcio Novo Recife, responsável pelo projeto, e na empresa que realizou o leilão do terreno do cais, localizada em São Paulo.
As investigações da operação Lance Final apontam para uma possível fraude no leilão, realizado em outubro de 2008. Segundo a Polícia Federal, o consórcio conseguiu arrematar o terreno a um valor inferior ao preço de mercado – cerca de dez milhões de reais a menos, em valores da época.
A Polícia Federal também solicitou à Justiça Federal o sequestro do terreno como forma de garantir o ressarcimento do prejuízo.
Pela manhã, a Prefeitura do Recife anunciou o adiamento de reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano, que colocaria em pauta a aprovação do projeto Novo Recife.
O Ocupe Estelita protocolou uma carta ao prefeito Geraldo Júlio, exigindo que ele anule todos os protocolos do projeto. À tarde, a Secretaria de Imprensa informou que a carta ainda não havia chegado ao prefeito.
Em nota publicada em seu blog, o consórcio Novo Recife afirma que o leilão de venda do terreno do Cais José Estelita foi legítimo. O grupo diz ainda que o valor pago foi superior ao mínimo determinado pelo edital do leilão.