A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira a Operação Janus. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, duas conduções coercitivas e cinco intimações na cidade de Santos, em São Paulo.
A operação é um desdobramento da investigação que apura se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou tráfico internacional de influência em favor da Construtora Odebrecht. O Ministério Público Federal não divulgou o nome dos envolvidos – duas pessoas físicas e duas empresas porque, segundo o órgão, a investigação é sigilosa.
Apesar de o ex-presidente Lula ter sido mencionado no inquérito, ele não está entre os alvos desta fase.
De acordo com as investigações, que começaram em 2011, a Odebrecht teria pago propina em troca de facilidades para conseguir empréstimos junto ao BNDES. A construtora teria celebrado contratos, entre 2012 e 2015, com uma empresa de construção civil de pequeno porte sediada em Santos para a realização de obras na Angola.
Segundo a Polícia Federal, só pelos serviços nas obras de reforma do complexo hidrelétrico de Cambambe, no país angolano, a empresa recebeu três e meio milhão de reais.
A obra recebeu do BNDES financiamento que totalizava mais de 460 milhões de reais.
A PF investiga agora a prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
A Operação Janus recebeu esse nome em referência a um deus romano, que tem duas faces e olha ao mesmo tempo para o passado e para o futuro. De acordo com a corporação, o objetivo é mostrar como deve ser realizado o trabalho policial.