O secretário de Saúde do Distrito Federal (DF), Humberto Fonseca, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) acusado de atrasar o fornecimento de remédios a hemofílicos e coagulopatas, pessoas que têm distúrbios da coagulação sanguínea.
A denúncia foi feita após seis meses de investigação. Além do secretário, são alvos da ação do Ministério Público o ex-gestor da Saúde no Distrito Federal Fábio Gondim, a presidenta da Fundação Hemocentro, Miriam Calmon, e o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, João Paulo Baccara.
Segundo o procurador regional da República Ronaldo Albo os envolvidos vão responder por desobediência a ordem judicial e falhas na distribuição dos remédios.
De acordo com as investigações, o desabastecimento afeta cerca de 240 pacientes. O presidente da Associação dos Hemofílicos do DF, Raimundo Ferreira, afirma que o atraso vem ocorrendo há meses.
A falta do remédio para os hemofílicos pode causar dores, sequelas irreversíveis – como a amputação de membros - e até a morte.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que ainda não foi notificada a respeito da Ação Penal, mas afirmou que vem atuando para que em nenhum momento os pacientes fiquem desassistidos.
Ainda de acordo com a nota, a responsabilidade pela aquisição dos medicamentos é do Ministério da Saúde. Foi informado que, em abril do ano passado, o órgão diminuiu o quantitativo de entregas.
O Ministério da Saúde negou que haja desabastecimento de remédios para os pacientes atendidos pela rede pública no Distrito Federal e nos demais estados do país.
O órgão informou, também, que acompanha os estoques e o envio das remessas por meio de um sistema informatizado.
Procurada pela Rádio Nacional, a Fundação Hemocentro não se pronunciou.




