Uma operação da Polícia Federal (PF) desarticulou nessa quinta-feira (30) uma organização criminosa especializada em grilagem de terras públicas federais e desmatamento ilegal no Pará.
O grupo desenvolvia atividades como a criação de gado e o cultivo de soja. Eles também arrendavam parte das terras do governo para terceiros.
Para o desenvolvimento das atividades, desmataram área Amazônica ilegalmente. A madeira era vendida. De acordo com a PF, o principal investigado desmatou, entre os anos de 2012 e 2014, mais de 29 mil hectares. Ele foi multado pelo Ibama em R$ 119 milhões.
Informações da Receita Federal indicam que o grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão, entre os anos de 2012 e 2015.
As investigações começaram em 2014. De acordo com o Ministério Público Federal, a quadrilha foi denunciada por índios Kayapó, da terra indígena Menkragnoti, em Altamira (PA). Eles identificaram acampamentos organizados pelos desmatadores distribuídos pelo território.
Por conta das denúncias, o Ibama realizou fiscalização na área e desmontou 11 acampamentos. Na época, 40 pessoas foram detidas e lideranças da quadrilha foram identificadas.
Diálogos interceptados pela Polícia Federal revelam detalhes da ação do grupo. Em uma das gravações, um homem identificado como Beto, diz que AJ escondeu máquinas e outros materiais para burlar a ação do Ibama.
Segundo a Polícia Federal, AJ é um dos apelidos do empresário Antônio José Junqueira Vilela Filho, acusado de liderar a organização criminosa.
Vinte e quatro mandados de prisão preventiva foram emitidos. Além de conduções coercitivas e mandados de busca e apreensão em imóveis pertencentes aos investigados.
Além de Altamira e Novo Progresso, no Pará, a ação inclui os estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.