O Ibama investiga as causas de um vazamento de óleo no Rio Teles Pires, nas proximidades onde a Hidrelétrica de São Manoel está sendo construída, na divisa do Mato Grosso com o Pará. No último domingo (13), o órgão foi comunicado pela Energia São Manoel, empresa responsável pela obra.
Uma equipe do Ibama sobrevoou o local na segunda-feira (14) e constatou o óleo na água. Mas em novo sobrevoo, no dia seguinte, não era mais possível identificar a mancha.
Fernanda Perilo, coordenadora de Emergências Ambientais do Ibama, informou que uma equipe ainda está no local verificando as possíveis origens desse evento.
Para Fernanda Peril, tudo indica que a fonte de vazamento cessou e que o óleo se dispersou naturalmente.
Mas, de acordo com a advogada Juliana Batista, do Instituto Socioambiental (ISA), indígenas de comunidades distantes mais de 20 horas de barco relatam a presença de óleo.
Na área, divisa do Mato Grosso com o Pará, vivem indígenas das etnias Kaiabí e Munduruku. De acordo com o a liderança indígena Taravy Kayabi, o vazamento comprometeu a pesca e o abastecimento de água para cerca de 300 índios, de nove aldeias mais próximas da usina.
A Energia São Manoel informou que acionou o plano de contingência da empresa e está fazendo a distribuição de água e alimento para as aldeias do seu entorno.
De acordo com Taravy Kayabi, uma reunião com representantes do Ministério Público Federal e da Secretaria de Saúde Indígena, para discutir o tratamento da água, deve acontecer na próxima terça-feira (23), no município de Alta Floresta (MT).
