O empresário Eike Batista é um dos nove alvos de mandados de prisão emitidos pela Justiça e que foram cumpridos nesta quinta-feira (26) no Rio de Janeiro. Ele, no entanto, não foi encontrado em sua residência e, de acordo com seus advogados, viajou para Nova Iorque com a família nesta terça.
A defesa do empresário afirmou que ele vai se entregar e colaborar com as investigações, mas, de acordo, com a Polícia Federal, caso a rendição não seja negociada com rapidez, o Brasil pedirá que a Interpol acione seu alerta vermelho para procurá-lo no exterior.
De acordo com o delegado federal Tacio Muzzi, Eike Batista é acusado de pagar mais de US$ 16 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral em troca de benefícios dados pelo governo do estado ao seu grupo empresarial.
A prisão do ex-assessor do governo Francisco Assis Neto também não foi efetuada porque o acusado não foi localizado. As quatro pessoas presas nesta quinta são Álvaro Novis, Sérgio Castro de Oliveira, o vice-presidente de futebol do Flamengo e braço direito de Batista, Flavio Godinho, e Thiago Aragão, sócio de Adriana Anselmo, esposa do ex governador e que também foi presa no ano passado acusada de participação no esquema.
Os outros três mandados são contra o próprio Cabral, seu ex-assessor Carlos Miranda e o ex-secretário de governo Wilson Carlos, que já estão detidos desde novembro do ano passado. A operação também cumpriu quatro mandados de condução coercitiva, incluindo contra a ex-mulher de Cabral, Suzana Neves Cabral e, outro, contra o irmão do ex-governador, Mauricio Cabral.
De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, apesar de não serem acusados de participar do esquema, ambos se beneficiaram.
As investigações apontam que Cabral recebeu cerca de R$ 340 milhões em propina para beneficiar empresários ao longo de seus mandatos. Dessa quantia, R$ 270 milhões já foram repatriados e estão à disposição da Justiça.
A Operação Eficiência, que é um desdobramento da Calicute, que prendeu Sérgio Cabral em novembro do ano passado, foi feita com base em depoimentos dados por Renato Hasson Chebar, e seu irmão Marcelo Hasson Chebar, operadores financeiros do esquema.





