Publicado em 06/06/2017 - 13:02 Por Renata Martins - Brasília
A maré do rio Amazonas avança cinco metros, por ano, sobre um dos cartões-postais de Macapá e ameça construções na orla.
O avanço da maré está engolindo parte da capital amapaense. Com vista para o rio Amazonas, a orla de Macapá está ameaçada pela erosão.
Na zona sul, a falta de obras de contenção, como um muro de arrimo, na região do Aturiá, expulsa moradores. Nos bairros de Perpétuo Socorro e Cidade Nova, na zona leste, já existe muro. No entanto, sem manutenção e com a ação do tempo parte da proteção caiu.
As águas do rio Amazonas avançam cinco metros por ano sobre Macapá. É o que aponta estudo do Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), feito em 2015.
O documento mostra que a ocupação irregular e o desmatamento, combinados com a força da maré e do vento, são as principais causas do avanço das águas.
O secretário de Transporte do Amapá, Jorge Amanajás, comentou sobre as áreas mais comprometidas.
De acordo com o secretário, a reconstrução do muro de arrimo está em fase de licitação e a obra deve ter incio no segundo semestre deste ano.
Além do avanço da erosão, a orla de Macapá também sofre com assoreamento. O acesso ao Igarapé da Mulheres está prejudicado. No local, há grande circulação de pequenas embarcações que trazem a produção das comunidades ribeirinhas.
Para normalizar o fluxo das embarcações é necessário fazer um trabalho de dragagem do canal. A Secretaria de Transporte já inciou os procedimentos para licitar a obra, informou Jorge Amanajás.
Para o pesquisador do Iepa Admilson Torres o maior prejuízo é socioeconômico.
Jorge Santos, que mora e trabalha no Perpétuo Socorro, destaca os riscos para quem passa pela região. Segundo o morador, não há cercas de proteção ou qualquer sinalização alertando sobre perigos no local.
O secretário de Transporte afirmou que a Defesa Civil faz o monitoramento dos riscos e, em alguns períodos, principalmente nos finais de semana, isola áreas que representam mais perigo.
Se nada for feito e os estudos se concretizarem, em quatro anos a maré vai avançar 20 metros sobre capital amapaense.